O ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu que o Brasil vive uma
epidemia de dengue, mas descartou que vai fazer alterações nas
estratégias para combater a doença. Valendo-se de um discurso de
"compartilhar os desafios de controlar a dengue", Chioro evitou
responsabilizar individualmente alguma esfera de governo ou atribuir aos
cidadãos a culpa pelo aumento no número de casos da doença.
O jornal O Estado de S.Paulo revelou que a taxa de incidência nacional
já chega a 367,8 casos por 100 mil habitantes, considerada epidêmica
segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em cerca de 34
minutos de entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, 04, o
ministro foi questionado três vezes se o País vivia ou não uma situação
de epidemia. Na primeira vez, negou. No entanto, confrontado pelos
dados, o ministro voltou atrás.
"Nós temos 745.957 casos até o dia 18 de abril e sabemos que esse
número aumentará. O Brasil vive uma situação de epidemia", afirmou
Chioro. A situação ainda tende a se agravar porque o pico da doença
acontece a partir da segunda quinzena de abril, além das primeiras
semanas de maio - números que ainda não foram contabilizados. Apesar da
situação, o ministro deixou claro que não deve adotar medidas
emergenciais para conter a doença. "Isso não muda absolutamente nada o
plano de contingência e a estratégia de controle", disse.
De acordo com Chioro, sete Estados brasileiros, que "claramente estão
em critérios de situação epidêmica", puxam o índice para cima. São eles:
Acre (1.064,8 casos por 100 mil habitantes); Goiás (968,9); Mato Grosso
do Sul (462,8); Tocantins (439,9); Rio Grande do Norte (363,6); Paraná
(362,8), além de São Paulo - terceiro lugar no ranking nacional, com
911,9 casos de dengue por 100 mil habitantes.
Para Chioro, o aumento dos casos neste ano está associado a condições
climáticas, além do agravamento da crise hídrica e do "relaxamento" de
alguns locais após a diminuição de casos da doença em 2014. "De certa
forma, em algumas localidades, os resultados do ano passado fizeram com
que se desarmasse a mobilização da sociedade em algumas ações", afirmou o
ministro. "Apenas três Estados - Espírito Santo, Amazonas e Distrito
Federal - tiveram diminuição do número de casos em relação a 2014."
"Nós precisamos aprender cada vez mais como mobilizar a sociedade. No
caso da dengue, enquanto não houver vacina, não podemos desarmar as
nossas ações de prevenção mesmo após um ano de resultados
excepcionalmente bons."
Fonte: Uol
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