Informações constam na ata da última reunião do Copom, que subiu juros. Com isso, preços administrados deverão avançar 12,7% em 2015.
A gasolina e a energia elétrica, principalmente, devem ter altas
expressivas este ano, segundo estimativa do Banco Central. Em ata da
reunião que elevou a taxa Selic para 13,75%, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do BC estimou em 41% o aumento da energia elétrica este ano – acima da estimativa de alta 38,3% feita em abril.
Para a gasolina, a previsão de alta neste ano ficou um pouco menor: passou de 9,8% em abril para 9,1% na última reunião.
No começo deste ano, o governo anunciou aumento da tributação sobre a
gasolina, por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
(Cide), do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(Cofins). Essa alta foi repassada para os preços.
Já a estimativa de alta de 41% no preço da energia elétrica em 2015
reflete do repasse às tarifas do custo de operações de financiamento,
contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O governo anunciou, no início deste ano, que não pretende mais fazer
repasses à CDE – um fundo do setor por meio do qual são realizadas ações
públicas – em 2015, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com a decisão do
governo, as contas de luz dos brasileiros podem sofrer em 2015, ao todo,
aumentos ainda superiores aos registrados no ano passado.
Custo de produção maior
O custo de produção de eletricidade no país vem aumentando
principalmente desde do final de 2012, com a queda acentuada no
armazenamento de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do
país.
Para poupar água dessas represas, o país vem desde aquela época usando
mais termelétricas, que funcionam por meio da queima de combustíveis e,
por isso, geram energia mais cara. Isso encarece as contas de luz.
Entretanto, também contribui para o aumento de custos no setor elétrico
o plano anunciado pelo governo ao final de 2012 e que levou à redução
das contas de luz em 20%.
Para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das
concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de
energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por
investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos até então.
Essas indenizações ainda estão sendo pagas, justamente via CDE.
Gás de cozinha e telefonia fixa
O Banco Central estimou ainda, na ata do Copom divulgada na manhã desta
quinta-feira, que o preço do gás de cozinha deve ter um aumento de 3%
neste ano, enquanto que a telefonia fixa deve ter queda de 4,4% em 2015.
Preços administrados
Com a alta da tributação sobre gasolina e fim de repasses para a conta
de luz, o Banco Central informou que prevê, para o conjunto de preços
administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de
ônibus, entre outros), um aumento de 12,7% neste ano.
Fonte: G1
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