Ex-carpinteiro aproveitou oportunidade aberta por polêmica lei de liberdade religiosa e fundou o local em Indianápolis
Fumar maconha ainda é proibido em Indianápolis (Estados Unidos), mas os
"cultos à erva", estão liberados - literalmente. Foi no Estado de
Indiana que um ex-carpinteiro aproveitou a oportunidade aberta por uma
polêmica lei de liberdade religiosa para criar o que chamou de "Igreja
da Cannabis".
Bill Levin, de 59 anos, decidiu levar os ensinamentos de
"paz e amor" fundando uma igreja para cultuar a "planta mais saudável
que existe no planeta", nas palavras dele.
A nova "religião" foi
fundada no fim de março, pouco depois que a lei do "Religious Freedom
Restoration Act" foi aprovada em Indiana para "proteger a liberdade
religiosa".
"Eu vi o que realmente dizia a lei e aí entrei em um
transe profundo e religioso com a cannabis, falei com Deus, ele tocou
minha mão e me disse como fazer", disse o fundador da Igreja à BBC
Brasil.
A lei garante aos cidadãos o direito de exercer quaisquer
crenças religiosas sem que sejam vítimas de processos na Justiça – e
causou polêmica porque poderia ser causa de discriminação contra
homossexuais, a ponto de um buffet, por exemplo, poder recusar um
trabalho em um casamento por se tratar de uma união gay.
Percebendo a oportunidade, Levin criou uma página no Facebook e
conseguiu a aprovação oficial para sua Igreja com base na nova lei, o
que lhe garante reconhecimento oficial e isenção fiscal.
A partir
daí, ele começou a divulgar uma lista de 12 "mandamentos" da nova
religião, incluindo "Não seja um idiota, trate as pessoas igualmente e
com amor", ou "Ria bastante, espalhe bom humor; divirta-se na vida e
seja positivo". O último deles fala do "culto" à cannabis.
"Cannabis,
a ‘planta que cura’, é nosso sacramento. Ela nos aproxima uns dos
outros. É nossa fonte de saúde, nosso amor, a cura para as doenças e
para a depressão. Nós a abraçamos com nosso coração e espírito,
individualmente e como um grupo."
Seguidores
A página da "Primeira Igreja da
Cannabis" no Facebook já tem 38 mil seguidores. Entre os membros
oficiais da religião, 700 pessoas já se tornaram "fiéis" pagando o valor
do "dízimo" da Igreja da Maconha - eles contribuem com US$ 50,40 por um
ano ou US$ 100,80 por dois anos.
Segundo Levin, o total
arrecadado até agora foram US$ 15 mil, que permitiram aos organizadores
conseguir um edifício onde finalmente poderiam "cultuar" a cannabis.
Nesta quarta-feira, haverá uma entrevista coletiva para anunciar a
localização oficial da Igreja, que já tem seu primeiro evento marcado
para 1º de julho.
Fonte: BBC Brasil
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