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terça-feira, 9 de junho de 2015

Primeira Igreja da Maconha é reconhecida e tem isenção fiscal

Ex-carpinteiro aproveitou oportunidade aberta por polêmica lei de liberdade religiosa e fundou o local em Indianápolis

Fumar maconha ainda é proibido em Indianápolis (Estados Unidos), mas os "cultos à erva", estão liberados - literalmente. Foi no Estado de Indiana que um ex-carpinteiro aproveitou a oportunidade aberta por uma polêmica lei de liberdade religiosa para criar o que chamou de "Igreja da Cannabis".

Bill Levin, de 59 anos, decidiu levar os ensinamentos de "paz e amor" fundando uma igreja para cultuar a "planta mais saudável que existe no planeta", nas palavras dele.

A nova "religião" foi fundada no fim de março, pouco depois que a lei do "Religious Freedom Restoration Act" foi aprovada em Indiana para "proteger a liberdade religiosa".

"Eu vi o que realmente dizia a lei e aí entrei em um transe profundo e religioso com a cannabis, falei com Deus, ele tocou minha mão e me disse como fazer", disse o fundador da Igreja à BBC Brasil.

A lei garante aos cidadãos o direito de exercer quaisquer crenças religiosas sem que sejam vítimas de processos na Justiça – e causou polêmica porque poderia ser causa de discriminação contra homossexuais, a ponto de um buffet, por exemplo, poder recusar um trabalho em um casamento por se tratar de uma união gay.

Percebendo a oportunidade, Levin criou uma página no Facebook e conseguiu a aprovação oficial para sua Igreja com base na nova lei, o que lhe garante reconhecimento oficial e isenção fiscal.

A partir daí, ele começou a divulgar uma lista de 12 "mandamentos" da nova religião, incluindo "Não seja um idiota, trate as pessoas igualmente e com amor", ou "Ria bastante, espalhe bom humor; divirta-se na vida e seja positivo". O último deles fala do "culto" à cannabis.

"Cannabis, a ‘planta que cura’, é nosso sacramento. Ela nos aproxima uns dos outros. É nossa fonte de saúde, nosso amor, a cura para as doenças e para a depressão. Nós a abraçamos com nosso coração e espírito, individualmente e como um grupo."

Seguidores
A página da "Primeira Igreja da Cannabis" no Facebook já tem 38 mil seguidores. Entre os membros oficiais da religião, 700 pessoas já se tornaram "fiéis" pagando o valor do "dízimo" da Igreja da Maconha - eles contribuem com US$ 50,40 por um ano ou US$ 100,80 por dois anos.

Segundo Levin, o total arrecadado até agora foram US$ 15 mil, que permitiram aos organizadores conseguir um edifício onde finalmente poderiam "cultuar" a cannabis. Nesta quarta-feira, haverá uma entrevista coletiva para anunciar a localização oficial da Igreja, que já tem seu primeiro evento marcado para 1º de julho.


Fonte: BBC Brasil



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