Assessor de ministério ucraniano disse que aeronave teria sido abatida.Região da queda está sob controle de milicianos separatistas pró-Rússia.
Um Boeing 777 da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo caiu na Ucrânia,
perto da fronteira com a Rússia, nesta quinta-feira (17). A informação
inicial era de que seriam 295, mas a companhia atualizou o número.
A agência russa Interfax afirmou que o avião teria sido derrubado
quando estava a 10 mil metros de altitude. A informação ainda não foi
confirmada pelas autoridades. Acompanhe a cobertura em tempo real.
Segundo comunicado da Malaysia Airlines, o avião levava:
- 154 holandeses;
- 43 malaios (incluindo os 15 tripulantes e 2 crianças);
- 27 australianos;
- 12 indonésios (incluindo uma criança);
- 9 britânicos;
- 4 alemães;
- 4 belgas;
- 3 filipinos;
- 1 canadense.
Ainda não se sabe a nacionalidade de outros 41 passageiros.
Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro não
dispõe de informações acerca de qualquer brasileiro que pudesse estar a
bordo do voo. Apenas quando divulgado o manifesto de bordo será possível
confirmar que não havia brasileiros a bordo.
A França havia informado que pelo menos quatro franceses estavam no
voo. Zoryan Shkyryak, assessor do Ministério do Interior russo, disse à
agência Interfax que 23 cidadãos norte-americanos estariam a bordo.
A Malaysia Airlines informou que perdeu contato com o voo MH17 às 14h15
GMT (11h15 de Brasília) a cerca de 50 km da fronteira entre Ucrânia e
Rússia. O avião havia decolado de Amsterdã, na Holanda, às 12h15 locais,
e deveria chegar a Kuala Lumpur, na Malásia, às 6h10 desta sexta-feira (18), também no horário local.
A aeronave voava normalmente, sem registro de problemas, até
desaparecer do radar, segundo Dmytro Babeychuk, chefe do órgão regulador
do espaço aéreo ucraniano. A Associação Internacional de Transporte
Aéreo informou que o avião voava em uma área livre de restrições.
Após a queda do avião, todo o espaço aéreo no leste da Ucrânia foi fechado, disse a Eurocontrol em comunicado.
Destroços
Destroços do avião, em cuja cauda aparece a logomarca da companhia
malaia, malas e outros equipamentos podem ser vistos espalhados ao longo
de uma vasta zona da cidade de Grabove, na região de Donetsk. Soldados
das forças rebeldes e bombeiros já chegaram ao local, e a Rússia pediu a
Kiev permissão para entrar no leste da Ucrânia e ajudar com as
operações de resgate.
Separatistas pró-Rússia disseram ter encontrado a caixa preta do avião,
segundo a agência Interfax. De acordo com a agência RIA, eles estariam
dispostos a um cessar-fogo de três dias para que os trabalhos de resgate
possam ser realizados.
O chefe dos serviços de emergência da Ucrânia disse que os trabalhos de
resgate estão sendo impedidos por "terroristas armados".
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em pronunciamento que o
governo está trabalhando para confirmar a existência de americanos a
bordo da aeronave. "Nossos pensamentos e orações estão com as famílias
dos passageiros", disse Obama.
O vice-presidente americano ofereceu assistência para o presidente
ucraniano para ajudar nas investigações do que ocorreu com o avião.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse que a queda do avião
foi um "ataque terrorista". "Eu acabei de conversar com o
primeiro-ministro da Holanda e expressei minhas condolências. Em nome da
Ucrânia, eu convidei profissionais e especialistas da Holanda para
investigar esse ataque terrorista de forma transparente. Quero enfatizar
que não chamamos isso de acidente ou catástrofe. É um ataque
terrorista."
Em comunicado, Poroshenko declarou que "este é o terceiro caso trágico
nos últimos dias, após os aviões An-26 e Su-25 das forças armadas
ucranianas serem derrubados a partir do território da Rússia".
O chefe de segurança da Ucrânia, Valentyn Nalivaychenko, acusou dois
militares do serviço de inteligência russo de estarem envolvidos com a
queda do avião e disse que eles devem ser punidos pelo “crime”. Segundo
ele, a acusação é baseada em interceptações de ligações telefônicas
entre os dois militares.
Homem apaga incêndio no local da queda do avião
Malaysia Airlines Boeing 777 na região de Donetsk
(Foto: Maxim Zmeyev/Reuters)
Míssil
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que
aparentemente a queda do avião da Malaysia Airlines “não foi um
acidente” e que ele foi derrubado.
A rede CNN informa que ouviu um alto funcionário americano que afirmou
que os EUA concluíram que o avião foi derrubado. Um sistema de radar
identificou, segundo esta fonte, um sistema de míssil terra-ar ser
ativado e detectar uma aeronave logo antes de este avião cair. Um
segundo sistema viu um sinal de calor no momento em que o avião teria
sido atingdo. Os EUA, ainda segundo a CNN, estão tentando determinar de
onde veio o ataque.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu uma investigação
internacional grande e transparente" em relação à queda do avião.
Anton Goroshenko, assessor do ministro do Interior da Ucrânia, disse em
sua página no Facebook que a aeronave foi abatida por um míssil
terra-ar.
Representantes da autoproclamada República Popular de Donetsk negaram
que tenham armamento para derrubar um avião que voe a 10 mil metros de
altura.
O líder separatista Aleksander Borodai culpou as forças ucranianas pela
derrubada do avião. “Aparentemente, é um avião de passageiros, que foi
derrubado pela Força Aérea da Ucrânia”, disse à emissora de TV russa
Rossiya 24.
Um comunicado publicado em um site oficial dos separatistas pró-russos
também culpa as forças da Ucrânia. "Testemunhas viram o Boeing 777 ser
atacado por um avião de caça ucraniano. Depois, o avião comercial partiu
em dois e caiu no território da 'República de Lugansk' (autoproclamada
pelos separatistas no leste da Ucrânia)", informa o site.
O governo de Kiev negou o envolvimento de suas Forças Armadas na queda do avião.
Testemunhas
"Eu estava trabalhando no campo com o meu trator quando ouvi o barulho
de um avião e então uma explosão e tiros. Então eu vi o avião bater no
chão e quebrar em dois. Tinha muita fumaça preta", disse à Reuters uma
testemunha que se identificou apenas como Vladimir.
Um rebelde separatista da localidade próxima de Krasni Luch, que se
identificou apenas como Sergei, disse: "Da minha varanda eu vi o avião
começando a descer de uma altitude muito grande e então escutei duas
explosões".
Ele negou que os rebeldes tenham derrubado o avião. "Isso somente
poderia acontecer se fosse um caça ou um míssil terra-ar (que tenha
abatido o avião de passageiros)", disse ele.
Autoridades
Segundo a agência russa RT, o presidente russo, Vladimir Putin,
informou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a queda
imediatamente após as primeiras notícias, em uma conversa telefônica. O
Kremlin e a Casa Branca ainda não se pronunciaram sobre a possibilidade
de o avião ter sido derrubado.
Putin expressou suas "sinceras condolências" ao primeiro-ministro da
Malásia, Najib Razak, que se disse chocado com o ocorrido. "Eu estou
chocado com as informações sobre queda de um avião da MH. Nós estamos
lançando uma investigação imediata", disse Razak em sua conta no
Twitter. MH é o código usado para a companhia Malaysia Airlines.
O premiê da Holanda, que estava em Bruxelas, anunciou que está
retornando para seu país após a queda do avião. "Estou profundamente
chocado com as dramáticas informações da queda do voo MH17 da Malaysia
Airlines", afirmou.
Avião desaparecido
A Malaysia Airlines é a mesma companhia que teve um avião desaparecido
em circustâncias misteriosas em março deste ano, com 239 pessoas a
bordo. O voo MH370, que saiu de Kuala Lumpur para Pequim, na China,
perdeu o contato durante o trajeto e teria caído no sul do oceano
Índico, depois de mudar de rota.
Apesar dos grandes meios mobilizados, até hoje não foi encontrado
nenhum destroço da aeronave. As buscas continuam em regiões próximas à
costa da Austrália.
Foto
de arquivo de 15 de novembro de 2012 mostra um Boeing 777-200 da
Malaysia Airlines decolando do Aeroporto Internacional de Los Angeles
(Foto: JoePriesAviation.net/AP)
Twitter da Malaysia Airlines informa perda de contato com aeronave que saiu de Amsterdã (Foto: Reprodução)
Fonte: G1
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