O Ministério Público Federal do Piauí (MPF-PI) denunciou oito pessoas
por apropriação ou desvio de recursos públicos, associação criminosa e
falsidade ideológica em cerca de 33 municípios citados na Operação
Geleira da Polícia Federal. Foram denunciados: Gianmarko Alecksander
Cardoso Beserra (Empresário); Jorge Araújo Costa (comerciante); Arnaldo
Araújo Pereira da Costa (professor); Adão Lira Leal (Professor); Antonia
Nonata da Costa (Comerciante); Glauber da Costa Miranda (Contador);
Reginaldo Gomes dos Santos (Autônomo) e Eliane Araújo Cardoso
(Comerciante).
Eles integravam os núcleos de articuladores e empresários flagrados
pela Polícia Federal durante a Operação Geleira. A quadrilha era
especializada em fraudar as prefeituras piauienses por meio da
utilização de notas fiscais frias.
Deflagrada em 19 de janeiro de 2011 a operação resultou no
cumprimento de 84 mandados de Busca e Apreensão e 32 mandados de Prisão
Temporária, dentre eles 7 prefeitos municipais e 1 ex-prefeito.
O esquema
O inquérito tinha por objetivo apurar os crimes cometidos no
município de Ribeira do Piauí pelo grupo do ex-prefeito Jorge de Araújo
Costa, mas a Polícia Federal descobriu a atuação em vários outros
municípiuos como Uruçuí, Elizeu Martins, Porto, Caracol, Miguel Leão,
Ribeira do PI, Várzea Branca, Landri Sales, Betnia do PI, Curralinhos,
Guadalupe, Coronel José Dias, Oeiras, Joaquim Pires, Novo Santo Antônio,
Pau D´arco do PI, Fartura do PI, Bertolínea, Boa Hora, Conceição do
Canindé, Bom Princípio do PI, Hugo Napoleão, São Gonçalo do Gurgueia,
Campo Largo do PI, Pajeú do Pi, Simões, Nova Santa Rita, São Lourenço do
PI, Parnaguá, São Raimundo Nonato, Amarante, Dirceu Arcoverde e São
Miguel da Baixa Grande.
A organização criminosa era especializada em desvio de recursos
públicos das prefeituras municipais do estado do Piauí, mediante a
utilização de empresas inexistentes (fantasmas) com a emissão de notas
fiscais inidôneas (“frias”, “calçadas” e superfaturas), utilizadas para
justificar a aplicação desses recursos junto aos órgãos de controle.
Durante a investigação, foram identificados 3 núcleos distintos
interligados, cada um com atribuição própria do esquema criminoso: a)
núcleo de gestão ou gestores; b) núcleo de articuladores; c) núcleo
empresarial. Levantou-se que o núcleo de articuladores e o núcleo
empresarial, cujos integrantes eram responsáveis pela operacionalização
das fraudes, usualmente se revezavam na quase totalidade dos municípios
de atuação da organização criminosa; o núcleo de gestores, por sua vez,
variava de um município para outro. A quadrilha atuou por pelo menos
quatro anos nos municípios piauienses.
Do núcleo de gestores, o MPF já denunciou o prefeito de Amarante,
Luiz Neto Alves de Sousa; o prefeito de Conceição de Canindé Adriano
Veloso dos Passos; o prefeito de Simões, Francisco Dogizete Pereira e o
ex-prefeito de Fartura do Piauí, Miguel Antônio Braga Neto.
Fonte: Jornal da Parnaiba
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