O uso unificado da “pílula do dia
seguinte” para aids já começou a valer a partir de quinta-feira (23 de
Julho de 2015). Com a publicação no Diário Oficial da União do novo
protocolo de diretrizes terapêuticas, todas as pessoas que tiverem
enfrentado uma situação de risco para o vírus HIV passam a ter acesso
aos medicamentos antiaids em qualquer serviço especializado.
A
profilaxia pós-exposição, como o tratamento é chamado, é indicado para
todos que tiveram risco de contato com o vírus causador da aids. Isso
pode acontecer tanto num acidente ocupacional, como médicos ou
enfermeiros que tiveram contato com sangue de paciente, quanto com
vítimas de violência sexual ou pessoas que tiveram relação sexual
desprotegida.
Para ter eficácia, no entanto, o
tratamento, feito ao longo de 28 dias, tem de ter início no máximo até
72 horas após a exposição ao vírus. O ideal é que ele seja iniciado nas
primeiras duas horas após a exposição.
O objetivo da nova estratégia é facilitar
o acesso e, principalmente, evitar a recusa de alguns serviços de
fornecer a terapia eficaz para prevenção da doença. “Antes da mudança,
havia o entendimento incorreto de que um serviço especializado poderia
atender apenas a um grupo determinado”, afirmou o diretor do
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde,
Fábio Mesquita.
Com isso, serviços que prestam
atendimentos a vítimas de violência, por exemplo, alegavam que só
poderiam fornecer remédios às mulheres ali atendidas. “A maior parte das
recusas ocorria para pessoas que recorriam ao serviços depois de manter
relações sexuais desprotegidas”, completou Mesquita.
O
Ministério da Saúde não tem estimativa de qual será o impacto da
mudança. Para facilitar o acesso aos serviços, o Ministério vai lançar
um aplicativo em dezembro com orientações sobre os postos mais próximos
de distribuição. Além de centros de serviços especializados em DST-Aids,
em algumas cidades antirretrovirais são fornecidos também em unidades
de emergência.
“Nos casos de serviços 24 horas, a
distribuição de medicamentos não é feita para 28 dias. Os serviços dão o
suficiente para três ou quatro dias de terapia e pedem que o paciente
retorne, num segundo momento, para pegar o restante.”
A terapia começou a ser ofertada no
Sistema Único de Saúde nos anos 90, inicialmente para profissionais de
saúde que tiveram contato com materiais contaminados ou sob risco de
contaminação. Em 1998, a terapia foi estendida para vítimas de violência
sexual e, em 2011, passou a ser ofertada também a todos os que tiveram
uma relação sexual desprotegida.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo.
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