Padaria de Ivanildo Mendes foi
assaltada três vezes somente em abril. Outros comerciantes da Av. Pedro
Valetim reclamam do mesmo problema.
Cansado dos constantes assaltos ao seu estabelecimento no bairro Santa
Fé, na Zona Sul de Teresina, o comerciante Ivanildo Barbosa Mendes
decidiu montar uma faixa pedindo para não ser mais roubado. Somente no
mês de abril, sua padaria foi alvo de criminosos três vezes e as
ocorrências acontecem com frequência nos 30 pontos comerciais
localizados ao longo da Avenida Pedro Valetim.
"A ideia da faixa foi uma maneira que encontrei para expor a minha
revolta com os governantes, que deveriam ajudar os comerciantes. Porque a
polícia até tem (ajudado), passa aqui, mas não desce para abordar o
ladrão, que nunca é preso. Já cheguei a registrar 14 boletins de
ocorrências somente nos sete anos que tenho esse ponto", declarou.
Padaria de Ivanildo foi assaltada três vezes apenas em abril
(Foto: Catarina Costa/G1)
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Para evitar a ação dos criminosos, o comerciante contou ter instalado
câmeras de segurança e sensores, mas mesmo assim não conseguiu inibir os
assaltantes. Como alternativa, ele os funcionários não utilizam mais
celulares com medo de serem roubados, deixam pouco dinheiro no caixa e
mudaram o horário de funcionamento da padaria, fechando as portas entre
as 12h e as 15h.
"A maioria dos assaltos acontecem na parte da manhã e normalmente por
três pessoas, sendo dois menores. O último, do dia 29 de abril, foi o
único registrado a tarde, e nesse os ladrões chegaram até a levar o
dinheiro e pertences dos clientes. Não aguentamos mais essa situação",
disse.
O farmacêutico Alexandro Gomes também reclamou da violência e destacou
trabalhar de acordo com o horário dos ladrões, fechando por muitas vezes
o estabelecimento mais cedo. Ele falou que em um dos roubos chegou a
ser levado no bagageiro do carro pelos assaltantes.
Após assalto, Alexandro Gomes foi levado no bagageiro de
seu carro (Foto: Catarina Costa/G1)
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A empresária Ana de Sousa é outra que perdeu a conta do número de
assaltos ao seu mercadinho e admitiu não registrar boletim, pois sabe
não haver garantia do dinheiro de volta. "Geralmente são menores, que já
chegam ameaçando se acionarmos a polícia e levam sempre dinheiro e
cigarro.
Da última vez eles foram tão ousados e chegaram a levar a gaveta do caixa", comentou.
Os comerciantes destacaram que a situação é ainda pior na parada de
ônibus do antigo terminal do bairro, onde até os pedestres que aguardam o
ônibus são vítimas e as lojas funcionam com grades de proteção.
Dono do mercadinho localizado na frente do ponto, Manoel José Campelo
disse ter aguentado somente dois furtos e decidiu instalar as grades.
"Eu me sinto preso, mas se não tivesse adotado isso, já teriam levado
até as prateleiras. Hoje, ser comerciante é uma área de risco,
infelizmente a situação está terrível", frisou.
Após dois roubos, Manoel José instalou grades nas
portas do comércio (Foto: Catarina Costa/G1)
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O subcomandante de policiamento da capital, coronel José Albuquerque,
informou que a Companhia do Promorar estar trabalhando há mais de um mês
com efetivos de outros batalhões na tentativa de diminuir o número de
crimes na região. "Temos uma redução considerável no número de
homicídios e agora vamos montar ações para coibir estes pequenos delitos
e encaminharemos viaturas novas, já que a companhia é responsável pela
segurança de 30 bairros", contou.
G1\PI
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