Foram entrevistadas 2.834 pessoas em 171 municípios, nos dias 9 e 10 de abril
Uma pesquisa realizada nos dias 9 e 10 de abril pelo Datafolha e divulgada nesta segunda-feira no jornal Folha de S.Paulo indica que 87% dos entrevistados são a favor da redução da maioridade penal no Brasil.
É o maior percentual já registrado nas pesquisas sobre o tema,
realizadas pelo Datafolha desde 2003, quando o índice era de 84%. A
margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Foram
entrevistadas 2.834 pessoas em 171 municípios. 11% se
declararam contrários à proposta, 1% são indiferentes e outro 1% não
souberam opinar. A maior rejeição está entre pessoas com ensino superior (23%) e com renda acima de dez salários mínimos (25%).
Dentre os favoráveis, 74% defendem a redução da maioridade para qualquer
tipo de crime e 26%, apenas para determinados casos. As regiões com
mais apoio à proposta são Centro-Oeste (93%) e Norte (91%). Os demais
percentuais são de 87% no Sul e no Nordeste e 85% no Sudeste.
Para 45% dos entrevistados, 16 e 17 anos são idade mínima para alguém ser preso e para 28%, a idade é entre 13 e 15 anos.
Como é em outros países
No ano passado, em
plebiscito, os uruguaios rejeitaram a proposta de redução da maioridade
penal de 18 para 16 anos. Ao lado de Brasil, México, Colômbia,
Venezuela, Peru e Equador, o país vizinho é um dos que têm a maior idade
mínima prevista para prisão em caso de crimes.
Na Argentina, o limite era de 14 anos até 1983, quando a maioridade
subiu para 16 anos. Entretanto, hoje há setores que pregam o retorno à
antiga idade mínima.
Nos Estados Unidos, a idade mínima para uma pessoa ir para a cadeia
varia entre seis e 12 anos, conforme o Estado. Uma das unidades
federativas mais rigorosas é a Carolina do Norte, onde crianças a partir
de de seis anos já podem ser presas.
Estados Unidos: 6 a 12 anos, dependendo do Estado
África do Sul, Bangladesh, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Quênia, Sudão e Tanzânia: 7 anos
Escócia: 8 anos
Irã: 9 anos (meninas) e 15 anos (meninos)
Austrália, Hong Kong, Inglaterra, Nova Zelândia e Ucrânia: 10 anos
Turquia: 11 anos
Canadá, Costa Rica e Hungria: 12 anos
França: 13 anos
Alemanha, Bolívia, China, Croácia, Espanha, Itália, Japão e Paraguai: 14 anos
Dinamarca, Finlândia, Noruega, Polônia e Suécia: 15 anos
Argentina, Chile, Cuba e Rússia*:16
*Em casos graves, como assassinato e estupro, cai para 14 anos
Brasil, Equador, Colômbia, México, Peru, Uruguai e Venezuela: 18 anos
Fonte: DataFolha e Diario Catarinense
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