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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Violência da Polícia Militar deixa mais de 200 feridos no Paraná

A sessão foi interrompida por cerca de dez minutos, já que o gás chegou a atingir o plenário da Casa

Professores e policias militares entraram novamente em confronto em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, onde começou a votação do projeto que modifica a previdência dos servidores do Estado. Em frente ao local, o cenário é de guerra.

Os servidores tentaram romper o cerco e a Polícia Militar reagiu com bombas de gás, balas de borracha e jatos d'água. Segundo informações do jornal "Folha de S.Paulo" há ao menos 170 pessoas feridas.

O confronto já dura quase meia hora. Os manifestantes recuaram um pouco, mas continuam ocupando as ruas ao redor.

A sessão foi interrompida por cerca de dez minutos, já que o gás chegou a atingir o plenário da Casa. A votação foi retomada, mesmo com o barulho de bombas e gritos do lado de fora.

Também houve confronto nesta terça-feira (28), quando um caminhão de som tentou se aproximar do Legislativo. Na ocasião, a PM reagiu com bombas de gás e spray de pimenta.

A expectativa dos servidores é evitar a aprovação da proposta do governo Beto Richa (PSDB).

Com medo de que o prédio do Legislativo fosse invadido, a exemplo do que ocorreu em fevereiro, a gestão Richa montou uma operação de guerra ao redor da Assembleia Legislativa do Paraná para garantir a votação.

Quase 2.000 policiais, segundo apurou a reportagem, participam da operação. Ônibus do batalhão de choque, caminhões dos Bombeiros e até a cavalaria foram convocados para fazer a segurança do prédio.

Do lado de fora, manifestantes carregam cartazes e gritam "retira, retira" e "eu estou na luta".

Todas as entradas do Legislativo estão cercadas. Os manifestantes foram concentrados em apenas um dos lados do prédio. Entre eles e a entrada da Assembleia, há cerca de 30 metros e duas fileiras de grades.

No início da tarde, comandantes davam ordens à seus batalhões. "O camarada vai derrubar a grade em cima de você. Então, tem que estar preparado para isso", dizia um deles ao seu batalhão.

Em caso de invasão do perímetro, homens da Rotam e do Bope agirão para dispersar os manifestantes, com escudos, bombas de gás e spray de pimenta. "É tipo aquele filme 300", explica um policial, em referência ao filme em que 300 soldados de Esparta enfrentam um exército persa com milhares de integrantes.

O batalhão de choque tem dezenas de homens dentro do prédio, preparados para o avanço do grupo, com balas de borracha e escudos.

"Se precisar usar a tonfa [tipo de cassetete], é por baixo! Nada de sair girando por cima", orienta um dos comandantes à tropa de policiais.


PREVIDÊNCIA

Os deputados do Paraná começaram a votar, nesta semana, um projeto que pretende alterar a previdência estadual, aliviando o caixa do governo em R$ 1,7 bilhão ao ano. Em protesto, professores e outras categorias, como agentes penitenciários e servidores da saúde, entraram em greve e têm organizado manifestações em frente à Assembleia desde segunda (27).

A direção da Casa conseguiu uma ordem judicial que proíbe a invasão do plenário, como já ocorreu em fevereiro. A PM diz que está agindo para cumprir a decisão.

Fonte: JL/Folhapress



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