Os números da dengue no Brasil têm deixado as autoridades em alerta: a
doença já infectou 224,1 mil pessoas só este ano, 162% a mais em
relação ao mesmo período do ano passado. Uma vacina seria um importante
instrumento para prevenir surtos e epidemias, porém até agora não existe
um produto aprovado para esse propósito.
Pesquisadores de várias instituições, incluindo duas brasileiras,
estão trabalhando para superar esse desafio. Conheça as vacinas em
desenvolvimento e saiba o quão perto estamos de ter uma imunização
eficaz contra dengue disponível para a população.
Sanofi: expectativa para 2016
A
vacina teve níveis de proteção diferentes para cada sorotipo. Para o
sorotipo 1, a proteção foi de 50%; para o sorotipo 2, foi de 42%; para o
sorotipo 3 foi de 74% e para o sorotipo 4 foi de 77,7%.
“Geralmente a Anvisa leva alguns meses para analisar porque são
muitos documentos. A gente imagina que no início do ano que vem ela
possa ser liberada”, diz. Segundo ela, foram 20 anos de pesquisa até se
chegar a esse estágio.
A empresa já inaugurou uma fábrica em Lyon, na França, dedicada
exclusivamente à produção de vacina contra a dengue, com capacidade de
produzir 100 milhões de doses por ano.
Instituto Butantan e NIH: fase 2 em humanos
Outra iniciativa é resultado de uma parceria entre o Instituto
Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). O
projeto já está na fase 2 de pesquisa clínica. Trata-se da segunda fase
de testes com voluntários humanos (para submeter o produto à Anvisa, é
preciso apresentar os resultados da fase 3, em que um número bem maior
de voluntários recebe a vacina experimental).
A ideia é que 300 voluntários sejam vacinados nesta etapa. Até o
momento, 154 já receberam a vacina. Alguns aguardam resultados de testes
laboratoriais que devem ser feitos antes de receberem a dose
experimental e novos voluntários ainda estão sendo recrutados por
instituições como a Faculdade de Medicina da USP.
Segundo Alexander Precioso, diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e
Farmacovigilância do Butantan, esta fase deve terminar em até 60 dias e,
logo em seguida, começará o preparo para a fase 3 de pesquisa. “Os
resultados da fase atual têm demonstrado que estamos trabalhando com uma
vacina bastante segura, com o perfil adequado”, diz o pesquisador. “A
vacina tem apresentado uma resposta bastante balanceada para os quatro
tipos de vírus.”
A vacina do Butantan e do NIH é feita com os próprios vírus da
dengue, que foram modificados para que a pessoa desenvolva anticorpos
contra os quatro sorotipos sem desenvolver os sintomas relacionados a
eles. Precioso acrescenta que os testes têm mostrado que bastará uma
dose para que a vacina seja eficaz.
FONTE: G1
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