Em documento, rede se compromete a vetar presença de grupos terroristas. Ministro francês convocou gigantes da tecnologia para debater assunto.
Os encarregados do Facebook disseram, nesta segunda-feira (16), que não
permitirão que a rede social seja usada para promover o terrorismo ou
discursos de ódio, conforme divulgado em uma ampla atualização de seus
"padrões da comunidade".
No documento, o Facebook se compromete a vetar a presença de grupos
favoráveis à "atividade terrorista, organizações criminosas ou de
promoção do ódio".
A mudança ocorre num momento em que o Facebook e outras mídias sociais
se esforçam para definir o que são conteúdos aceitáveis e liberdade de
expressão, ao mesmo tempo em que essas redes são cada vez mais
associadas à violência praticada por extremistas.
Em fevereiro, Bernard Cazeneuve, ministro francês do Interior, havia
convocado algumas gigantes do mundo virtual (Apple, Facebook, Google e
Twitter) para debater formas de desarticular organizações terroristas,
impedindo-as de usar suas plataformas para recrutamento e financiamento.
São exemplos dessas ações os vídeos contendo cenas com execuções
brutais, postados com frequência pelo grupo extremista Estado Islâmico
como instrumento de propaganda.
Sobre organizações terroristas ou criminosas, o Facebook também disse
que não será tolerado "o apoio ou o elogio a líderes das mesmas
organizações, ou aprovando suas ações violentas".
Facebook não permitirá mais 'nomes artísticos'
Na atualização sobre o funcionamento da página, o Facebook avisou que a
nudez será banida em vários casos, sendo permitidas imagens de mães
amamentando seus bebês, artísticas ou discussões acerca de condições
médicas.
"Esses padrões são destinados à criação de um ambiente onde as pessoas
se sintam motivadas a se tratar com empatia e respeito", escreveram
Monika Bickert (executiva-chefe da política global) e Chris Sonderby
(diretor jurídico), em postagem no blog do Facebook, onde ambos
trabalham.
As novas diretrizes também instam os usuários do Facebook a usar seus
"nomes biológicos", em razão de tantas pessoas que usavam nomes
artísticos.
Em outubro de 2014, o Facebook admitiu que facilitaria sua política de
"nomes reais", o que levou transformistas a deletar seus perfis e
desencadeou inúmeros protestos na comunidade homossexual.
A mais recente política adotada pelo Facebook é claramente contra o tão
falado "bullying virtual", impedindo a publicação de qualquer conteúdo
"que apareça de modo a propositalmente atingir indivíduos com a intenção
de causar-lhes vergonha".
Restrições são para evitar 'danos à integridade física'
O Facebook anunciou que removerá conteúdo, tirará perfis do ar e
trabalhará pela aplicação da lei, "quando acreditarmos que existe um
risco real à integridade física ou ameaças diretas à segurança pública".
No texto publicado no blog corporativo, também foi apontado "que algo
que talvez seja desagradável ou incômodo para alguém não necessariamente
viola os padrões da nossa comunidade".
Já em 2015, a rede social informou que estava incluindo alertas sobre
conteúdo explícito, que também serão banidos caso envolverem usuários
menores de 18 anos. Em 2013, o Facebook baniu um vídeo, que já tinha
sido suspenso, onde aparecia uma pessoa sendo decapitada.
O Twitter, por sua vez, foi a mais recente plataforma online a banir o
"revenge porn", ou pornô de vingança, que é a postagem de imagens
contendo sexo explícito sem a permissão da pessoa retratada. O microblog
passou por ameaças após bloquear perfis ligados a apoiadores do Estado
Islâmico, mas um estudo comprovou que pelo menos 46 mil contas estão
ligadas ao grupo jihadista.
Ao mesmo tempo, o Facebook lançou seu relatório com base nas
solicitações de governos para acesso a dados de usuários, na segunda
metade de 2014, mostrando uma leve queda de 35.051 para 34.946, no
período anterior.
"Houve um aumento nos pedidos de dados por parte de alguns governos, no
caso a Índia, e diminuição por parte de outros, como Alemanha e Estados
Unidos", conforme a postagem no blog da rede social.
A quantidade de conteúdo restringido por causa da violação das leis
locais em cada país aumentou 11%, subindo de 8.774 casos para 9.707
casos.
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