A empregada doméstica Noêmia Maria da Silva Barros, 43 anos, acusada de
participar da morte da primeira-dama de Lagoa do Sítio, quer mudar dois
pontos no seu depoimento concedido a Polícia no dia do crime. Hoje (16),
o advogado Renato Satíro e o delegado Carlos André Rodrigues estiveram
no presídio Feminino para falar com Noêmia. Ela desmente a versão do
prefeito Zé Simão (PT), que está preso na sede da Polinter, no bairro
Dirceu Arcoverde.
Renato Satíro conta que Noêmia desmente que teve um relacionamento
amoroso com o prefeito. No primeiro depoimento, a empregada doméstica
contou que tinha um caso com Zé Simão há cerca de dois anos. O prefeito
também confirmou em seu depoimento.
“Ela estava sob forte pressão na presença de quatro delegados e quer
rever pontos do seu depoimento. Ela não estava em condições emocionais
de falar e garante que não era amante do prefeito”, garantiu o advogado.
Outro ponto questionado por Noêmia e sobre a arma. Ela conta que recebeu
um embrulho enrolado em uma flanela e não sabia que se tratava de um
revólver.
O delegado Carlos André, segundo o advogado, não aceitou mudar a versão
do depoimento. “O delegado Carlos André foi muito intransigente”, disse o
advogado.
Veja na íntegra a entrevista:
O inquérito deve ser concluído até quinta-feira
O delegado Carlos André afirmou ao Cidadeverde.com, ao sair do presídio, que Noêmia não alterou seu depoimento.
"Ela disse a mesma coisa do primeiro depoimento, que escondeu a arma a
pedido do prefeito e não participou do crime", disse o delegado. A arma
usada no crime, um revólver calibre 38, foi encontrado no telhado da
casa.
Sem viatura
Carlos André Rodrigues declarou que foi à Penitenciária Feminina
acompanhado do advogado da doméstica, Renato Sátiro. Segundo ele, foi
uma solicitação de transferência da empregada para a Secretaria de
Justiça, mas o pedido não foi atendido.
O delegado disse que foi à penitenciária porque fez a solicitação para
que ela fosse transferida para a Delegacia Geral, mas não houve nenhum
retorno da Sejus.
"Me disseram que não podiam vir, então tive que ir até o presídio. Acho que é o carnaval", relatou.
Carlos André é delegado da unidade de polícia judiciária. Ele disse que
está aguardando a perícia que está sendo feita na arma e, enquanto isso,
o prefeito continua preso na sede da Polinter.
"Como depoimento do prefeito foi longo, não vamos precisar ouví-lo de
novo, agora é aguardar o resultado da perícia na arma", concluiu.
yalasena@cidadeverde.com
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