O vexame na semifinal da Copa do Mundo não foi a única causa da demissão de Luiz Felipe Scolari. O presidente da CBF, José Maria Marin, deixou vazar que o treinador custava R$ 1,5 milhão por mês à entidade, entre salários e encargos trabalhistas.
Ao contrário de todos os clubes brasileiros, a CBF paga 100% do
salário em carteira, o que aumenta muito o custo mensal. O Botafogo, por
exemplo, deposita apenas R$ 5 mil em carteira a Vagner Mancini e os
outros R$ 245 mil em direito de imagem, com tributação a cargo do empregado – o clube só arca com o valor da nota.
Marin alegou à cúpula da CBF que é incompatível manter gastos de R$
1,5 milhão com um treinador que perde por 7 a 1 da Alemanha em uma Copa
do Mundo disputada dentro de casa.
Felipão embolsava aproximadamente R$ 900 mil por mês com salários. Os
outros R$ 600 mil eram desembolsados pela CBF com impostos,
recolhimento de Fundo de Garantia e outras obrigações. Seu antecessor,
Mano Menezes, também recebia todo o salário em carteira.
O presidente da CBF ainda reclamou aos dirigentes mais próximos da
teimosia de Felipão. Tudo porque os dois observadores da seleção,
Alexandre Gallo e Roque Junior, haviam aconselhado a utilização de um
terceiro volante diante dos alemães. “Mas ele quis colocar o Bernard”,
reclamou Marin.
Desde o anúncio da demissão de Felipão, no domingo, Marin e seu vice-presidente, Marco Polo
Del Nero, procuram um substituto. Porém, é provável que eles esperem
primeiro pelo “sim” do ex-lateral-esquerdo Leonardo, atualmente
dirigente, para depois acertar com um técnico. Leonardo foi convidado
para atuar como uma espécie de diretor de futebol da CBF.
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