Com 16 votos a favor e 13 contra, projeto passa pelo Senado.
Proposta ainda tem de ser sancionada pelo presidente José Mujica.
Senadores debatem a criação do primeiro mercado nacional de maconha (Foto: Matilde Campodonico/AP)
O Senado uruguaio
aprovou nesta terça-feira (10), por 16 votos a favor e 13 contra, um
projeto de lei que regulará a produção e a venda de maconha no país, uma
experiência ainda inédita no mundo. Agora a proposta deve ser
sancionada pelo presidente José Mujica em dez dias e ser implementada
depois de outros 120 dias.
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O texto, aprovado em
julho pela Câmara dos Deputados do país, foi proposto pelo governo, cuja
coalizão esquerdista Frente Ampla controla as duas Casas.
Após mais de dez horas
de discussão, os 29 senadores iniciaram a votação nominal, e alguns
pediram para justificar seus votos. O oposicionista Pedro Bordaberry,
contrário ao projeto, afirmou que “não se pode fazer experiência com
isto, são coisas sérias demais. Como não posso combater o narcotráfico, o
legalizo. Parece-me que este não é o caminho”.
Já o senador Ernesto
Agazzi, um dos que votaram a favor, expressou opinião diferente. “Creio
que esta lei não é uma lei de legalização, é uma lei que regula, não é
branda como dizem aqui”, disse. “Se o consumo está permitido, por que
criminalizar o usuário?”, questionou ainda.
A aprovação no Senado do
Uruguai do projeto que legaliza a produção e a venda da erva promoverá o
apoio da opinião pública latino-americana neste sentido, estimou a ONG
Drug Policy Alliance (DPA).
"Acredito que há uma boa
possibilidade de que a iniciativa do Uruguai tenha um impacto similar
na opinião pública da América Latina", disse Ethan Nadelmann, fundador e
diretor-executivo da DPA.
A iniciativa foi
apresentada há um ano e meio pelo governo do presidente José Mujica
junto a uma série de medidas para frear o aumento da insegurança pública
e desencorajar a violência associada ao narcotráfico.
"Este é um experimento",
admitiu Mujica em agosto passado, em entrevista à AFP. "Podemos fazer
uma verdadeira contribuição à humanidade", disse.
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