O caos no sistema prisional é uma realidade em todo o Piauí. A permanência de presos em distritos, a superlotação e a falta de condições de salubridade nos presídios, são uma realidade no sistema prisional do estado. Em Parnaíba, o presídio abriga 362 detentos, o triplo de presos que a sua capacidade permite. A única unidade prisional do estado a funcionar em regime misto (abrigando homens e mulheres) está usando uma ala que serviria de berçário e um refeitório como celas improvisadas, por causa da falta de espaço.
Ainda pela falta de celas, existem também detentos espalhados entre os corredores que separam os pavilhões. Outra situação alarmante no local é o encontro entre visitantes e presos que ocorre dentro das celas, por falta de espaço. Tudo fica inda pior devido o armamento mínimo colocado à disposição dos agentes. São apenas sete armas entre escopetas, espingardas e revólveres. Segundo o diretor do Sindicato dos Agentes Penitenciários em Parnaíba, André Seixas, os trabalhadores estão expostos ao perigo.
“A situação do Presídio de Parnaíba é particular. O
local era um mercado e passou por uma adaptação para se tornar um presídio. As
condições que temos para trabalhar nele são quase mínimas. Há poucos agentes,
com apenas cinco servidores por plantão para dar conta de 362 detentos. A
partir do momento que o agente coloca o pé dentro desta unidade prisional a
vida dele está em risco”, declarou.
Em Teresina, os problemas são a permanência de
presos nos distritos da cidade, que não são adequados para a situação, além da
superlotação da Casa de Custódia, que possui 780 internos quando o ideal era
336. Fatos que contribuem para uma série de rebeliões, tentativas e fugas.
Situação semelhante a que ocorre em outras cidades,
como é o caso do Presídio de Picos, onde há 380 presos, quando a capacidade é
de 144 vagas. Já em Campo Maior, o problema é a paralização da construção de um
presídio com a capacidade para 130 detentos, que poderia amenizar a
superlotação do sistema. De acordo com o presidente do Simpoljuspi, Vilobaldo
de Carvalho, a obra está parada há mais de três anos.
“O que faltou foi gestão e planejamento por parte
da Secretaria de Justiça e nós já estamos elaborando uma ação civil pública
para coibir a entrada de presos nas unidades prisionais sem a previsão de
aberturas de novas vagas”, explicou.
Fonte: G1-PI
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