Mais de 200 cursos de ensino superior devem ter os vestibulares suspensos no próximo ano, segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Isso porque os cursos não obtiveram desempenho satisfatório nas avaliações do Ministério da Educação (MEC), pela segunda vez consecutiva. Além do vestibular suspenso, as instituições podem ser penalizadas com a redução no número de vagas nos cursos mal avaliados. No caso das faculdades privadas, elas deixarão de ser beneficiadas pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas parciais e integrais, e pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O MEC divulgou
hoje (2) os dados gerais do Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o
Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Os cursos são
avaliados a cada três anos e recebem conceitos de 1 a 5. Os que
obtiveram conceito 1 ou 2 em 2009 e em 2012 serão punidos. Neste ciclo,
foram avaliados os cursos de humanidades: administração, ciências
contábeis, ciências econômicas, design,
comunicação social, direito, psicologia, relações internacionais,
secretariado executivo e turismo. Os cursos superiores de tecnologia das
áreas de gestão comercial, gestão de recursos humanos, gestão
financeira, logística, marketing e processos gerenciais também foram avaliados.
O CPC mede a
qualidade do curso, levando em consideração a nota do aluno concluinte, a
infraestrutura, a organização didático-pedagógica, o regime de trabalho
dos docentes e a proporção de mestres e doutores. No total foram
avaliados 1.762 instituições de ensino superior e 8.184 cursos. Segundo
os dados divulgados, em 2009, 27% dos cursos avaliados obtiveram
conceitos 1 ou 2. Em 2012, a porcentagem caiu para 12%.
Mercadante
atribui a melhora ao rigor do MEC na suspensão de vestibulares de cursos
com conceito insatisfatório, aos estímulos dados pela pasta com bolsas
de estudo e financiamento estudantil para as instituições consideradas
satisfatórias, e à própria concorrência entre as instituições, que
buscam um bom desempenho para atrair os alunos.
Nesse conceito,
de 2009 para 2012, a proporção de cursos com a nota 1 passou de 0,6%
dos cursos avaliados para 0,2%. No caso da nota 2, a proporção caiu de
26,4% para 11,8%. Aumentram também as proporções das notas 3 – de 39,8%
para 48,4% – e 4 – de 10,5% para 21,7%. Os cursos com conceito 5,
considerados de excelência, cresceram de 1,2% para 1,5%.
O IGC 2012
mostra o desempenho parcial da instituição em humanidades a partir dos
conceitos obtidos pelos cursos que oferece. Foram avaliadas 2.171
instituições. O índice também apresentou avanço em relação a 2009. A
porcentagem de instituições com desempenho 1 passou de 0,6% para 0,5%;
com 2, passou de 32,1% para 16,7%. Foram consideradas satisfatórias, com
índice 3, 57,8% das instituições em 2012, em 2009 eram 44,3%. Com 4, a
porcentagem passou de 5,8% para 14,5%. As instituições de excelência,
que obtiveram 5, caíram de 1,2% para 1,1%.
“Analisando o
que aconteceu de 2009 para 2012, quando fechamos um ciclo de avaliação,
houve uma importante melhora na qualidade dos cursos, uma grande
concentração na nota 3 e na nota 4, que são os dois conceitos
satisfatórios de curso e uma redução muito drástica das notas
insatisfatórias”, disse Mercadante.
Fonte: Agência Brasil
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