Aproxidamente 25 trabalhadores piauienses foram encontrados em condições
de trabalho escravo durante operação do Ministério Público do Trabalho
em parceria com a Polícia Militar de Uberlândia. Os homens do interior
do Piauí trabalhavam na construção de uma unidade da Companhia de
Bebidas das Américas (Ambev), localizada no Triângulo Mineiro, onde um
homem armado foi preso e teve a arma apreendida por não apresentar porte
legal.
Vivendo em condições precárias, os trabalhadores eram mantidos sob
vigilância armada, sem contar que o alojamento possui condições ruins de
higiene, não havendo colchões para os empregados, enquanto uns tinham
de dormir na garagem da instalação.
Os piauienses denunciaram que a comida disponível era azeda e os insetos
infestavam o local. “O MPT acompanhou toda a ação e está apurando os
fatos. Diante da gravidade dos fatos apurados serão, de pronto, adotadas
as medidas judiciais cabíveis para regularizar essa situação e reparar
os danos verificados”, destacou o procurador do Trabalho Paulo Gonçalves
Veloso.
Os trabalhadores foram contratados de modo informal a princípio, tendo
assinado contrato assim que chegaram em Uberlândia. O transporte dos
empregados ficou a cargo da empresa. Além do homem detido com arma,
outros empregados da Ambev usavam de facas para ameaçar aos
trabalhadores, segundo os piauienses.
Todos os mantidos em condições de trabalho escravo sob ameaça foram
encaminhados para seus municípios de origem. Contudo, pesam sobre o caso
outras irregularidades, tais como a “quarteirização” de parte da
construção. O inquérito sobre a operação será concluído no início da
próxima semana.
Outro lado
A Ambev se manifestou sobre a operação e disse que "o fato mencionado
ocorreu fora de suas dependências e envolve empresa subcontratada por um
de seus prestadores de serviços". Ambev alega ainda ter rescindido o
contrato com a empresa Plano Pisos Industriais, ‘quarteirizada’ pela
empresa Marco, sendo esta a terceirizada.
“A Marco Projetos e Construções, assim que tomou conhecimento do
episódio, em 18/10/13, passou a apurar e a implementar todas as medidas
necessárias para melhor atender aos interesses dos trabalhadores. Da
mesma maneira, tomou as providências necessárias para atender às
solicitações dos órgãos competentes. A Marco esclarece, contudo, que as
pessoas se encontravam em alojamento fora da canteiro de obras, não
tendo a empresa ou seus representantes qualquer participação no
incidente. A empresa Marco Projetos e Construções não compactua com
atitudes contrárias aos direitos fundamentais dos trabalhadores,
repudiando qualquer ilegalidade quanto às relações de trabalho.”
As empresas envolvidas serão acionadas judicialmente. O investimento da
Ambev na unidade de Minas Gerais a tornará a quarta maior do mundo no
segmento.
Fonte: GP1 e Otempo.com.br
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