O preço da
energia elétrica deve subir 51,7% neste ano, segundo estimativa
divulgada pelo Banco Central nesta quinta-feira (29). A previsão consta
da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) –
realizada na semana passada, que manteve os juros básicos da economia
estáveis em 14,25% ao ano.
Em
setembro, a previsão do BC era de uma alta maior para a energia neste
ano: de 49,2%. A estimativa de alta no preço da energia elétrica em 2015
reflete do repasse às tarifas do custo de operações de financiamento,
contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O
governo anunciou, no início deste ano, que não pretende mais fazer
repasses à CDE – um fundo do setor por meio do qual são realizadas ações
públicas – em 2015, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com a decisão do
governo, as contas de luz dos brasileiros podem sofrer em 2015, ao todo,
aumentos ainda superiores aos registrados no ano passado.
Custo de produção maior
O
custo de produção de eletricidade no país vem aumentando principalmente
desde o final de 2012, com a queda acentuada no armazenamento de água
nos reservatórios das principais hidrelétricas do país.
Para
poupar água dessas represas, o país vem desde aquela época usando mais
termelétricas, que funcionam por meio da queima de combustíveis e, por
isso, geram energia mais cara. Isso encarece as contas de luz.
Entretanto, também contribui para o aumento de custos no setor elétrico o
plano anunciado pelo governo ao final de 2012 e que levou à redução das
contas de luz em 20%.
Para
chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões
de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por
conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e
que não haviam sido totalmente pagos até então. Essas indenizações ainda
estão sendo pagas, justamente via CDE.
Gasolina, gás de cozinha e telefonia
Para
a gasolina, o Banco Central estimou um aumento de 15% em 2015 - patamar
um pouco inferior ao apontado em setembro deste ano, na reunião
anterior do Copom. Na época, o BC projetava uma alta de 8,9% para a
gasolina em todo este ano.
No
começo deste ano, o governo anunciou aumento da tributação sobre a
gasolina, por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
(Cide), do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(Cofins). Essa alta foi repassada para os preços.
Mais
recentemente, no fim de setembro, a Petrobras realizou reajustes nos
preços de venda da gasolina e do diesel nas refinarias. O aumento
anunciado para a gasolina foi de 6% e para o diesel, de 4%.
O
Banco Central estimou ainda, na ata do Copom divulgada na manhã desta
quinta-feira, que o preço do gás de cozinha deve ter um aumento de 19,9%
neste ano (contra a previsão anterior, feita em junho, de um aumento de
15%). Recentemente, a Petrobras anunciou um reajuste do preço do gás de
cozinha.
Com a alta da
tributação sobre gasolina e fim de repasses para a conta de luz, o Banco
Central informou que prevê, para o conjunto de preços administrados
(como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre
outros), um aumento de 16,9% neste ano. Em setembro, a estimativa era de
uma alta de 15,2% em 2015.
Fonte: G1

Postar um comentário