Queen teve a mais cantada e melhor show em sexta-feira com calor de 40º. Fãs e cantoras tiraram blusas em noite de OneRepublic e homenagens.
A noite que poderia ter
sido "um show do Queen com um monte de atrações de abertura" foi um
pouco além disso. Mas não tanto assim.
O primeiro dos sete dias de Rock in Rio 2015 levou 85 mil fãs à Cidade do Rock, na Zona Oeste do Rio.
Eles viram boas homenagens a Cássia Eller e aos 30 anos do festival.
Com termômetros chegando a 40º, a sexta-feira foi basicamente de pop rock, com hits inofensivos (OneRepublic) e rock com um quê de boy band (The Script).
Trinta anos depois de um show clássico no festival, talvez o mais conhecido e celebrado da história do evento criado em 1985, o Queen retornou.
O primeiro dos sete dias de Rock in Rio 2015 levou 85 mil fãs à Cidade do Rock, na Zona Oeste do Rio.
Eles viram boas homenagens a Cássia Eller e aos 30 anos do festival.
Com termômetros chegando a 40º, a sexta-feira foi basicamente de pop rock, com hits inofensivos (OneRepublic) e rock com um quê de boy band (The Script).
Trinta anos depois de um show clássico no festival, talvez o mais conhecido e celebrado da história do evento criado em 1985, o Queen retornou.
Desta vez, com Adam Lambert, pau de selfie na guitarra e Freddie Mercury no telão.
Faltou,
claro, Freddie. Mas Lambert, o substituto, esteve à vontade: além de se
divertir, divertiu o público, fazendo boa apresentação e à altura da
história da banda.
Para não dizer que
só falamos de rock, pegaram mal o perrengue para chegar via BRT e a
dificuldade para comprar comida na principal lanchonete da Cidade do
Rock.
Adam Lambert canta no Queen no lugar de Freddie Mercury no Palco Mundo (Foto: Fábio Tito/G1)
Lambert
não tem o alcance vocal de Mercury, principalmente nos graves de
músicas como “Another one bites the dust” e nas passagens rasgadas, mas
mostrou ser um bom cantor pop. E espalhafatoso, assim como seu
antecessor. Fez todo mundo rir e cantar. Em um momento do show,
deitou-se sobre um divã roxo e dourado colocado sobre o palco. E abanou
um leque. O clima foi, principalmente, de nostalgia. Já era carta
marcada que o Queen seria dono do melhor show desta noite. A gente
sabe.
Brian May, do Queen, toca no encerramento do 1º dia de Rock in Rio 2015 (Foto: Fabio Tito/G1)
O
guitarrista Brian May ficou sozinho no palco para cantar "Love of my
life" ao violão. O público acompanhou todos os versos (em algumas
passagens, encobrindo a voz de May), em versão bastante emocionante, com
direito a Freddie Mercury no telão. Pena que, talvez para punir os fãs,
a banda promoveu na sequência um duelo de bateria.
Ryan Tedder canta com o OneRepublic no Palco Mundo do Rock in Rio 2015 (Foto: Fabio Titio/G1)
O
OneRepublic botou violoncelo e falsetes a serviço de boas canções como
"Secrets" e "Apologize". Por vezes a banda de Ryan Tedder faz o Coldplay
se parecer com uma banda de metal extremo. Mas foi inegável a força de
"Counting stars", maior sucesso do grupo de pop rock americano no
Brasil.
O
primeiro dia do Rock in Rio registrou recorde de calor deste inverno no
Rio. Na Zona Oeste, onde fica a Cidade do Rock, os termômetros
atingiram a marca de 40°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet).
Malu,
Madu e Bia, moradoras do Rio de Janeiro, pularam ao som das marchinhas
da Rock Street e resolveram tirar a blusa e ficar de sutiã. "Viemos
curtir tudo hoje. A gente tirou a blusa e todo mundo olha, né? Estamos solteiras, vale a animação e se refrescar", disse Bia.
Durante
homenagem a Cássia Eller, Tacy de Campos, Zélia Duncan, Mart'nália e a
percussionista Lan Lan se inspiraram na icônica artista e mostraram os
seios no Palco Sunset. (Foto: Reprodução/Multishow)
O
tributo a Cássia Eller (1962-2001) homenageou a cantora não só com
músicas de vários estilos, mas também com algumas atitudes. Tacy de
Campos, protagonista do musical "Cássia Eller", Zélia Duncan, Mart'nália
e a percussionista Lan Lan mostram os seios ao som de "Smells like teen
spirit", pesado cover do Nirvana. A cena era para lembrar o show de
2001 de Cássia no Rock in Rio.
O
vocalista do Script, Danny O'Donoghue, empolga o público do show da
banda no Palco Mundo no Rock in Rio 2015 (Foto: Fabio Titio/G1)
Vocalista
da banda irlandesa The Script, Danny O’Donoghue mostrou que sabe manter
tanto a afinação quanto o topete. O cantor não para quieto no palco.
Tanta entrega – com direito a “roubo” da câmera do cinegrafista do Rock
in Rio, camisas da seleção brasileira e gritos em português –, foi
retribuída pelas fãs com recorrentes gritinhos de “Lindo!”. Bastante
alto e na base de poses, camiseta regata, tatuagens e discursos
emocionados, O’Donoghue prometeu voltar logo.
O Terminal Alvorada, recomendado pela Prefeitura como melhor opção de chegar à Cidade do Rock, teve longas filas, presença de cambistas e
falta de informação, primeiro dia de Rock in Rio. Além do perrengue
para chegar ao festival via BRT, outro destaque negativo foi a
dificuldade para se comprar comida no Bob's.
Ney Matogrosso rebola no Palco Mundo, celebrando os 30 anos do Rock in Rio (Foto: Fábio Tito/G1)
Samuel Rosa, do Skank, em show em homenagem aos 30 anos do Rock in Rio (Foto: Fabio Tito/G1
O
show em homenagem aos 30 anos do Rock in Rio teve vários momentos que
repetiram outras edições, especialmente a de 1985. Começou com “Pro dia
nascer feliz”, do Barão, e teve ainda “Óculos”, dos Paralamas. Entre
outros veteranos do festival, teve Ivete, Skank, Erasmo e Dinho
Ouro-Preto, que foi produtor artístico da “farofa roqueira”.
Bigodes
e sósias de Freddie Mercury deram pistas da força do fã-clube do Queen.
O professor de educação física Caio Rivetti, de 29 anos, decidiu ir ao
Rock in Rio para “causar”. Ele vestiu uma roupa semelhante a que Freddie
Mercury usou no show no festival em 1985.
O
clima era tão bom no primeiro show no Palco Mundo que Evandro Mesquita,
da Blitz, fez a declaração de “protesto” mais paz e amor dos últimos
tempos. Ele pediu "vibrações positivas para a gente mudar esse país com
alto astral", antes de emendar Bob Marley.
Nasi, do IRA!, e Tony Tornado erguem as mãos durante show no palco Sunset (Foto: Alexandre Durão/G1)
O
show do Ira! no Palco Sunset contou com Rappin' Hood e Tony Tornado.
Foi como se estivéssemos em um Rap & Soul in Rio. Em "BR-3", Tornado
chamou o filho para dividir o microfone. O rapaz pediu igualdade
racial, e em outro momento o pai fez discurso semelhante. Disse que, sob
a luz do sol, todo mundo tem a sombra da mesma cor. O mesmo espírito de
integração que havia marcado todo o show.
Membros da Dônica e Arthur Verocai se abraçam ao fim do show no palco Sunset (Foto: Alexandre Durão/G1)
Os
jovens do Dônica, na faixa dos 18 anos, receberam o maestro Arthur
Verocai, de 70, para uma apresentação caprichada nos solos instrumentais
e em letras embaladas por um rock progressivo. Outra participação -
praticamente - especial foi de Tom Veloso. Filho de Caetano Veloso e
principal compositor do Dônica, ao lado do vocalista e pianista José
Ibarra, ele não costuma tocar nos shows do grupo. No Rock in Rio, no
entanto, venceu a timidez e entrou junto com Verocai no palco.
O
engenheiro Roberto Ruivo, de 53 anos, foi barrado na porta do Rock in
Rio ao tentar entrar vestido de Batman. Roberto, que vestiu a fantasia
do super-herói na edição de 2011 e 2013 do festival, teve que tirar a
máscara e só foi liberado após uma hora de espera do lado de fora. "Aqui
dentro [da fantasia] está uns 50 graus", disse ele.
Ivete
Sangalo conseguiu comandar a festa roqueira entrando de “penetra”.
Única cantora de axé em uma homenagem dominada por bandas de rock aos 30
anos do festival, ela foi bem recebida tanto com os Paralamas quanto ao
tocar “Tempo de alegria” sozinha. Foi ovacionada por fãs do Queen. O
peixe fora d’água nadou de braçada.
Entre
os itens em exposição na loja oficial do Rock in Rio, um deles chamou a
atenção: uma embalagem especial com um pouco da lama que se formou na
Cidade do Rock na edição de 1985 do festival. O souvenir é vendido pela
bagatela de R$ 185 (?).
Fã de rock salta em frente ao palco Mundo, com bandeiras do Brasil e do Reino Unido nas costas (Foto: Alexandre Durão/G1
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