Com
participação de cerca de 110 mil pessoas, na avaliação coronel Júlia
Beatriz, da Polícia Militar, foi realizada durante a tarde e noite de
domingo, na Avenida Raul Lopes , a 14ª Parada da Diversidade, realizado
pelo grupo Matizes. A Parada da Diversidade fez homenagem póstuma à
travesti Makelly Castro, assassinada no ano passado e fez protesto
contra o homofobia.
A coordenadora
do Matizes, Marinalva Santana, afirmou que o evento no início reunia
1.500 pessoas, hoje reúne mais de 100 mil pessoas de vários municípios
do Piauí e Maranhão.
"O evento
acontece há 14 anos. No início, reunia cerca de 1.500 pessoas. Hoje,
reúne milhares de pessoas de Teresina e inúmeros municípios do Piauí e
Maranhão. Além disso, antes só víamos a presença de gays, travestis,
lésbicas. O evento ganhou seu espaço e e agora a sociedade como um todo
participa”, disse Marinalva Santana.
“Por
volta das 18 horas saímos na Raul Lopes, com percusso até a ponte
Estaiada, onde teremos música com Djs e às 20 horas o show da Vanessa da
Mata. Tem caravanas de Regeneração, Floriano, Piripiri, Bom Jesus,
Campo Maior. Além disso, todo ano temos a presença de pessoas de Caxias,
Matões e Nova York. A parada é, hoje, uma luta pela igualdade, contra a
discriminação. É contra o racismo, machismo e todas as formas de
discriminações. As pessoas cadeirantes, por exemplo, vem reivindicar
seus direitos também. O público deste ano será igual ou maior do ano
passado”, explica.
A professora e
pesquisadora Andréia Rufino, que foi eleita madrinha da Parada da
Diversidade 2015, falou sobre a importância do evento.
“A
Parada da Diversidade é fundamental a dá visibilidade a luta dos gays,
lésbicas, mulheres, travesti, homossexuais. Isso tudo é resultado de um
trabalho feito pelo Matizes que organiza e disponibiliza meios para
apoiar e ajudar quem é vítima do preconceito. Os índices por homofobia
são muito elevados no Brasil, principalmente no Piauí”, disse.
A
presidente do Movimento Nacional Mães pela Igualdade, enfermeira
Eleonora Pereira, falou sobre a importância do Movimento que possui o
objetivo de apoiar os filhos LGBT.
“São
mães que se unem para defender seus filhos da homofobia e lesbicofobia.
Queremos que a sociedade não odeia e nem descrimine nossos filhos. A
Parada da Diversidade é um espaço para reivindicar nosso direitos”,
afirmou.
A Miss Universo Gay 2015,
Mylla Dhyas, veio prestigiar a 14ª Parada da Diversidade ao lado do seu
namorado Washeys Dhyas, que também é travesti.
“Estou
aqui na Parada da Diversidade para dá apoio e manifestar contra o
preconceito. Nós podemos ser felizes, dentro de nsosas escolhas”, disse
Mylla Dhyas.
Homenagem a Makelly Castro
"Makelly
vive; Abaixo a transfobia, homofobia e o racismo; Viva a igualdade e o
amor", disse a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santava, durante
a 14º Parada da Diversidade. Makelly Castro foi morta por asfixia em
julho de 2014. O principal suspeito do crime é o professor universitário
Luís Augusto Antunes, que foi preso na última sexta-feira.
Uma
das participantes da Parada da Diversidade, Maria Laura dos Reis, que
faz parte do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis, usava uma
camiseta com a frase "Makelly 4ever" para relembrar de sua amiga, a
travesti Makelly Castro.
“Era uma
pessoa querida, que foi assassinada de forma brutal. Esse ano a gente
está aqui para cumprir nossa missão, mostrar o assassino dela. A prisão
dele foi uma surpresa para nós, porque ele se dizia uma pessoa da luta.
Isso mostra que até no nosso meio existe preconceito e discriminação.
Foi uma surpresa saber que o professor é suspeito, pois ele era
militante da causa LGBT. Estamos fazendo essa homenagem para que o
movimento não esmoreça. Desde o início estivemos na luta, cobrando
diariamente, para que a Polícia Civil encontrasse o assassino de
Makelly. Ela estará para sempre em nossos corações"”, disse Maria Laura.
A caminhada em defesa dos direitos LGBT saiu do Parque Potycabana, às 18h.
"A
violência é o fantasma que nos cerca e temos que ter cuidado. Os
conservadores avançam, estão defendendo a volta da ditadura militar e o
golpe contra a presidente Dilma. Esses mesmos conservadores são os que
defendem que viado bom é viado morto, gay bom é gay morto", falou
Santana.
Segundo ela, no ano passado, 14 lésbicas e gays foram mortos no Piauí.
O
secretário de Cultura, Fábio Novo, destaca que participa do evento em
apoio à diversidade. "O país não terá verdadeiros cidadãos se não
respeitarem a diversidade".
Desde às
16h, militantes e simpatizantes do movimento do LGBT se concentravm no
Parque Potycabana, de onde sairam às 18h, em caminhada até o
estacionamento da Ponte Estaiada, onde acontece o show da cantora
Vanessa da Mata. A avenida Raul Lopes foi interditada nos dois sentidos.
Marinalva
Santana disse ainda que durante a Parada da Diversidade- que tem como
tema Quem Ama Cuida- haverá um momento para pedir Justiça e punição ao
suspeito de matar Makelly Castro. "Todo mundo do movimento ficou
assustado e perplexo", falou.
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