O governo do Estado de São Paulo vai iniciar no próximo ano um novo modelo de currículo no ensino médio.
O plano da Secretaria Estadual da Educação é transformar a maior parte
do curso em disciplinas optativas, modelo em que os estudantes podem
escolher o que vão estudar. O novo ensino médio deve começar em 2016 em
um número restrito de escolas e depois avançar para toda a rede.
A reforma dessa etapa deve transformar sobretudo os 2º e 3º anos,
quando as disciplinas serão oferecidas para opção do aluno. Será o
estudante que montará sua grade. Apenas o 1.º ano continuaria com o
currículo fechado, em um "núcleo comum", como é hoje em toda a educação
básica.
Ao se confirmar, essa deve ser a maior mudança no ensino médio da rede
estadual, a maior do país. O secretário da Educação de São Paulo, Herman
Voorwald, informou à reportagem acreditar que a aposta no protagonismo
do aluno é a melhor saída para essa etapa, considerada o maior gargalo
da educação brasileira.
"Se eu quiser desenvolver a capacidade de escolha e de tomada de
decisões nos jovens, tenho de permitir que ele opte. Este é o único
caminho que tenho para que esse menino diga: 'estou escolhendo as
disciplinas que eu quero, que fazem parte do que eu quero seguir na
minha vida'", disse o secretário.
A proposta está sendo finalizada na área pedagógica da pasta para ser
discutida no Conselho Estadual de Educação (CEE) no segundo semestre.
A secretaria não revela detalhes, mas o plano é que a maior parte do
que é estudado nos dois últimos anos seja construída a partir dos
interesses do aluno. Deve haver a oferta de disciplinas fora da grade
tradicional, como Teatro.
"Ou mudamos ou vamos falir e esses meninos não vêm para a escola. Se
ele odeia Matemática, pode optar por Artes, Idiomas", diz Voorwald.
Modelo
Ainda não há um número definido de escolas que vão iniciar a nova
grade, mas elas serão escolhidas por adesão ao projeto. Há preocupação
na pasta de o modelo "travar" se for iniciado em um número muito grande
de escolas ou na rede toda. Essa estratégia de adesão foi adotada no
modelo de Escola de Tempo Integral, iniciado em 2011, que hoje envolve
257 escolas do fundamental ao médio.
Essas unidades de tempo integral têm grade flexível, com base em um
conceito de protagonismo juvenil. Os alunos podem escolher disciplinas
optativas, que vão da prática de ciência à moda. As boas experiências do
modelo é que têm inspirado o novo currículo.
"O aluno não será mais um número, muda até o conceito de gestão", diz o
secretário, que afirma que o plano existe desde 2011, quando assumiu a
pasta no início do mandato anterior do governador Geraldo Alckmin
(PSDB). "Mas o terreno não era fértil na época, como agora", diz.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo. e Extra
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