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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Brasil poderá ser o primeiro País a produzir vacina contra Dengue

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Renato Alencar Porto, anunciou no dia 28 de maio de 2015 na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, que o Brasil pode ser o primeiro País do mundo a registrar uma vacina de dengue, feito este, que pode ocorrer até o final de 2016.

Foi realizada pela comissão uma audiência pública sobre as pesquisas para a vacina. Atualmente seis vacinas contra a dengue são pesquisadas no mundo. De todas as mais avançadas delas no Brasil, desenvolvida pelo laboratório Sanofi-Pasteur, que já já passou pelas três fases de pesquisa e foi protocolada na Anvisa em março.

De acordo com a diretora da empresa para a América Latina, Lucia Bricks, a empresa possui estoque para a vacina ser usada no segundo semestre e a capacidade de produção é de 100 milhões de doses por ano. A vacina imuniza contra os quatro tipos de vírus da dengue e foi testada em 40 mil pessoas de 15 países. Reduziu em 60% a dengue sintomática e diminuiu em 95% a doença grave.

Instituto Butantan
A outra vacina contra a dengue está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan. Segundo o diretor-substituto do instituto, Marcelo de Franco, já está demonstrada a segurança e a extrema potencialidade da vacina. Se as pesquisas do instituto entrarem na fase três antes do registro da vacina da Sanofi, o processo de finalização será mais ágil.

Marcelo de Franco explicou que de acordo com as normativas da Anvisa para medicamentos, se eles conseguirem o registro antes de o Butantan ter autorização para a fase três, o instituto terá de fazer um teste de comparação com a deles. “Então nós teríamos que aumentar o nosso número de voluntários em quase quatro vezes, o que praticamente inviabilizaria em termos de custos porque quadruplica o custo necessário para fazer o estudo.”

Os planos originais do instituto são testar com até 17 mil voluntários em todo o País e, de preferência, fazer estudos paralelos no exterior, onde o Butantan já tem dois laboratórios parceiros.

Doses da vacina
A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan é em dose única e a da Sanofi-Pasteur prevê três doses com intervalo de seis meses.

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Lucia Bricks comentou que é um sonho a vacina em dose única, “que protege 100% pela vida toda”. A diretora da Sanofi-Pasteur acrescentou que a maior parte das vacinas utilizadas no Brasil tem mais de uma dose. “A maioria das vacinas não chega a proteger 100% da população, a proteção é variável. Neste momento, a única vacina que demonstrou um programa muito robusto, que cumpriu todas as três etapas de estudos clínicos necessários ao registro é a da Sanofir-Pasteur.”

O diretor da Anvisa explicou que, apesar da possibilidade, não pode prever quando o Brasil terá uma vacina contra a dengue. “A gente não fala em prazo, isso é muito difícil. Como a gente tratou aqui, a complexidade é muito grande. Registrar uma vacina sendo a primeira e com todo esse diferencial, com diversos tipos de vírus, com a quantidade de dados muito grande, a gente não fala em prazo. Nosso compromisso é fazer a avaliação desse dossiê da maneira mais rápida possível, garantindo que essa vacina seja registrada, se assim for, com eficácia, qualidade e segurança comprovadas”, assinalou Renato Alencar.

Já o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse no dia 02 de junho que o Brasil não será usado para o lançamento de vacinas contra a dengue que não sejam seguras, nem eficazes. Acrescentou que a disponibilização da vacina é “o sonho” de todos os médicos, mas ainda não há um patamar de segurança para isso.
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“O Brasil não vai virar plataforma mundial de lançamento de produtos que tenham eficácia e segurança não comprovadas. Agora, ninguém mais do que o ministro da Saúde deseja contar com uma vacina segura e eficaz para disponibilizar”, disse o ministro.


Chioro destacou que “o clamor popular” não vai intervir na decisão de disponibilizar vacinas. “Não é porque existe o clamor da população que qualquer dirigente do Ministério da Saúde vai fazer uma avaliação apressada e uma incorporação tecnológica, sem nenhuma crítica, de uma vacina que não dê segurança à população”.




Fonte:  Agência Câmara e Agência Brasil.


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