O principal suspeito dos estupros contra quatro garotas em Castelo do
Piauí (190 Km de Teresina) Adão José da Silva Sousa, de 40 anos,
declarou ser inocente e que a perícia científica vai provar que ele não
tem relação com o caso. Contudo, o delegado Laércio Evangelista disse
que foi encontrada na casa dos pais de Adão uma bermuda com vestígios de
sêmen e sangue. Preso na noite da última sexta-feira (29), Adão foi
apresentado em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Segurança
Pública, em Teresina, neste sábado (30).
"Não fui eu. Eu não estuprei. Nem sei quem são essas crianças, nem esses
meninos. Tenho fé que vocês vão pegar quem fez isso. Quando fizerem o
exame (DNA) vocês vão ver, podem fazer exame de sangue que vão saber que
não fui eu", afirmou o suspeito.
Ele declarou ainda que fugiu de Castelo do Piauí no sábado (23), quatro
dias antes do crime, por ter participado do assalto a um posto de
combustível. A Polícia informou que ele cumpriu pena por assalto e
tráfico de drogas durante 13 anos no Estado de São Paulo, onde morou por
20 anos.
No Piauí, ele tem mandado de prisão em aberto por tráfico, assalto e
tentativa de latrocínio. Ele chegou a comentar sobre o crime na Sede da
Secretaria de Segurança.
"Eu não queria atirar na gerente do posto, mas ela colocou o carro pra
cima de mim e a arma disparou, mas não era minha intenção acertar
ninguém. Eu fugi por causa disso, porque participei do assalto",
declarou.
De acordo com o gerente de policiamento do interior, delegado Willame
Moraes, o crime não foi premeditado e as meninas estavam "no lugar
errado e na hora errada".
"Não existe motivo para isso, não há o que justifique. O que sabemos é
que não foi premeditado, eles estavam escondidos no morro [do Garrote] e
as meninas chegaram para fazer fotos para um trabalho da escola. Essa
versão é dada pelos familiares das meninas e pelos menores envolvidos no
crime", informou.
Participação no crime
Apesar das negativas e de alegar inocência, a polícia diz não ter
dúvidas de que ele tenha participado ativamente do crime bárbaro. Além
das provas, os quatro menores suspeitos já apreendidos deram, em
depoimento, a mesma versão para a participação do suspeito.
De acordo com o delegado Laércio Evangelista, de Campo Maior, a bermuda
encontrada pela polícia foi localizada na casa dos pais de Adão. Outro
ponto que relaciona o suspeito ao crime é que ele mesmo relata ser líder
do tráfico na região e que "talvez" tenha vendido drogas, no dia do
crime, para os menores envolvidos.
"Eu não sei quem comprou droga na minha mão. Eu não lembro porque eu
vendo pra muita gente. Talvez tenham sido eles", completou Adão.
O delegado geral de Polícia Civil, Riedel Batista, declarou que não há
dúvidas para a Polícia de que Adão tem participação no crime.
"Todos os menores envolvidos confessaram e indicaram Adão como
participante, para a Polícia não há dúvidas e há fartas provas do
envolvimento dele. Um dos menores detalhou tudo o que o grupo fez e como
abordou. O Adão tinha uma faca que usou para ameaçar as garotas e de
forma bastante cruel cometeu o crime", acrescentou o delegado.
O Secretário de Segurança, Fábio Abreu, informou que todas as meninas
sofreram violência sexual e, disse ainda, que os cinco suspeitos,
incluindo adão, participaram dos estupros. Adão vai responder pelos
crimes de estupro, lesão corporal, tortura, tentativa de homicídio e,
caso fique comprovada a sua influência sobre a ação dos quatro
adolescentes, pode ser acusado também de cooptar menores.
"Além deste crime, ele mesmo confessa que é traficante na região e
provavelmente utilizava menores para participar dos seus delitos. Com as
provas reunidas, ele pode responder por isso também", informou.
Fonte: cidadeverde.com
Postar um comentário