Apesar de o número de fumantes ter caído nos últimos dez anos,
segundo dados do IBGE de 2014, a queda chega a 20,5%. Em contrapartida, a
incidência de fumantes no Brasil tem aumentado na população jovem, de faixa etária entre 15 a 20 anos. Fato que tem gerado mobilização de profissionais da medicina.
Para
o psiquiatra Ediwyrton Freitas, que tem atuação no Programa de
Tratamento do Tabagismo do HU/UFPI, o crescimento no uso de cigarros na
população jovem é uma questão da fase de descobertas e experimentações e
destaca também que houve um comodismo da sociedade.
“O número de
fumantes geral caiu devido às medidas de restrição, o acesso ao cigarro,
o aumento do preço e impostos e também a restrição de áreas de acesso
ao fumo.
Mas, infelizmente, nos últimos dois anos têm havido o
aumento de fumantes na população jovem. Trata-se de questões da própria
fase, de experimentação e por uma atitude desafiadora. Inclusive, a
própria sociedade vai dando uma relaxada”, explica.
Um dos
malefícios causados pelo cigarro é o câncer de pulmão, que de acordo com
o Instituto Nacional do Câncer (Inca), só em 2014, registrou-se 25 mil
novos casos. Segundo Ediwyrton Freitas, os prejuízos que o uso de
cigarro traz não afeta apenas o pulmão, mas sim todo o sistema
respiratório.
“O tabagismo é relacionado com diversos tipos de
câncer, não só no pulmão, mas a via respiratória inteira, da língua ao
pulmão, traqueia, boca, mucosa oral, intestinal, gástrico. Infelizmente é
um dos tipos de câncer mais frequente”, alerta.
O especialista
afirma que há vários fatores para a aquisição de um câncer provocado
pelo uso de cigarro e garante que se um fumante abrir mão do vício, em
uma década, as condições físicas deste pode se igualar à da população
não fumante.
“São vários fatores, como a vulnerabilidade pessoal,
quanto ao tempo que fuma, o tipo de cigarro, a quantidade e a que
frequência que faz uso do cigarro.
O paciente parando de fumar,
consegue reduzir o nível de risco de um câncer, e ainda, em uma década
pode igualar a uma população que nunca fez uso de cigarro. Então, o
ideal é nem começar ou abandonar o mais cedo possível”, indica.
Profissionais da Saúde se mobilizam contra o tabagismo no HU
Para
alertar pelo Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado no dia 31 de maio, os
profissionais do Programa de Tratamento do Tabagismo do HU/UFPI,
realizarão hoje (28), no auditório do Hospital Universitário, ação com
atividades educativas e de sensibilização sobre o tabagismo.
O
psiquiatra do programa, Ediwyrton Freitas, explica que o evento é uma
forma de avaliar o andamento do Programa de Tratamento do Tabagismo, a
fim de recorrer as experiências de ex-pacientes.
“É uma forma de
informar a comunidade interna do hospital, como a comunidade em geral,
sobre a existência do programa antitabagismo do Hospital, para
tratamento de dependentes de cigarro.
Mas também é para comemorar
o aniversário deste trabalho onde faremos um levantamento das
conquistas dos ex-pacientes que passaram pelo tratamento”, destaca.
Para
a enfermeira do programa, Ozinalda Veloso, desde 2008, ano da
implantação do programa, que é administrado pelo Inca, tem trazido
resultados positivos aos pacientes que procuram tratamentos.
“Atualmente,
no programa temos 180 pacientes. O tratamento ocorre em grupos e também
através de acompanhamentos individuais. Nos encontros, a gente discute o
processo de dependência, fala sobre a síndrome da abstinência, sobre os
obstáculos que enfrentam ao parar de fumar e, por último, os
benefícios. A eficácia do tratamento chega a 34%, que é um número bom,
se tratando de dependência química.
O evento é uma forma de
despertar a atenção da população sobre os riscos provocados por uma das
principais causas de morte evitável, que é o uso de cigarro.
E
contará com a participação do Dr. Benjamin Pessoa Vale e pela enfermeira
Ozinalda Veloso Paz, que discutirão temas referentes ao tabagismo, como
“Fumo versus acidente vascular cerebral e qualidade de vida”.
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