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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Polícia venezuelana prende prefeito de Caracas

Acusado de conspirar contra Maduro, prefeito de Caracas é detido por agentes de Inteligência

Acusado há uma semana de supostamente ajudar uma tentativa de golpe militar para depor o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, um dos principais líderes da oposição venezuelana, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi detido nesta quinta-feira em seu gabinete. Segundo informações postadas nas redes sociais — incluindo uma mensagem do próprio Ledezma, poucos minutos antes da prisão —, cerca de 50 homens encapuzados, que seriam do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), invadiram o local por volta das 17h (horário local) e levaram o político.

“Vários guardas do regime tentam invadir meu gabinete”, escreveu Ledezma no Twitter.

Mais cedo, o deputado Ángel Rodríguez, presidente do Parlamento Latino-Americano e membro do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) informou que iria à Procuradoria-Geral para denunciar Ledezma e María Corina Machado, outra líder da oposição, pela apresentação de um plano de transição na Venezuela diante da instabilidade política pela qual passa o país. O governo não se pronunciou, mas uma hora antes da detenção, Maduro deixou uma mensagem misteriosa no Twitter.

“Em breve estarei em reunião com o Conselho de Ministros e os sete Conselhos Presidenciais de Governo. Pendentes de orientações para a ação”.

Há uma semana, o governo da Venezuela lançou novas acusações de golpe militar para depor Maduro com ajuda de políticos da oposição e os EUA. De acordo com as acusações, além de Ledezma, o ex-comandante da aviação, o general reformado Maximiliano Hernández Vásquez; o coronel José Suárez Rómulo; e o empresário José Gustavo Arocha estariam envolvidos no suposto complô.

O deputado oposicionista Ismael García, que presenciou a ação, deu detalhes

— Funcionários encapuzados dispararam várias vezes e levaram Antonio aos empurrões — afirmou Mitzy, que conversou com repórteres do lado de fora da sede do Sebin.

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Ao mesmo tempo em que Ledezma era detido, Lilian Tintori, mulher do líder oposicionista Leopoldo López — preso há mais de um ano acusado de promover atos de violência durante os protestos contra o governo — reclamou que tentaram levar seu marido da prisão militar Ramo Verde. Durante a manhã, uma rebelião aconteceu no local, segundo a família do general reformado Raúl Isaías Baduel, também detido.

De acordo com o diário "El Nacional", diversos panelaços foram registrados em diferentes partes da capital e mesmo em outras cidades da Venezuela.

A Associação de Prefeitos da Venezuela rechaçou o que chamou de "detenção arbitrária e ilegal", e afirmou que não existem provas ou mesmo um processo judicial que comprove a participação de Ledezma na tentetiva de golpe contra Maduro. A associação, que exigiu a libertação imediata de Ledezma e a preservação de sua integridade física, lembrou que outros prefeitos, como Daniel Ceballos e Enzo Scarano também foram presos e destituídos, e destacou que mais de 33 prefeitos foram vítmas de "processos judiciais infundados pelo simples fato de não serem militantes ou simpatizantes do partido do governo". 

O secretário-executivo da Unidade Democrática (MUD), Jesus “Chuo” Torrealba, também comentou a prisão repentina de Ledezma confirmando a invasão em seu gabinete, em El Rosal.

— Não só invadiram seu gabinete, como ele foi espancado e preso, um ato do qual já o havíamos alertado. O governo não encontra maneiras para lidar com a crise, e a única solução em que acreditam é a violência — disse ele, que convocou a população para dar uma resposta pacífica e massiva contra os atos do governo. — A mãe de Leopoldo disse que teme por sua vida e qualquer alerta nunca será exagerado. Estamos em um momento complexo. Devemos acompanhar com seriedade e serenidade o que está acontecendo.



Fonte: O Globo



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