Nesta segunda, detento enviou mensagens através de aplicativo no celular. Sindicato dos agentes penitenciários admite entrada de objetos no local.
Detentos da penitenciária Irmão Guido, na Zona Sul de Teresina, estão
tendo acesso a aparelhos celulares e internet. A realidade veio à tona
nesta segunda-feira (5) quando um dos presos enviou fotos e áudios para o
aplicativo VC no PI TV, da Rede Clube. Nas mensagens, os presos
denunciavam a falta de atendimento médico a um detento que terminou
morrendo dentro do presídio. A morte gerou um motim dentro da
penitenciária.
Nesta terça-feira (6) o presidente do Sindicato dos Policiais Civis e
Servidores da Secretaria de Justiça do Piauí (Sinpoljuspi) falou sobre a
situação. Segundo Vilobaldo Carvalho, é muito complicado fazer a
fiscalização porque faltam agentes e equipamentos de segurança. “A
penitenciária Irmão Guido está com a estrutura extremamente ruim,
superlotada e não existe mais triagem disciplinar entre os presos”,
disse.
Para Vilobaldo, a falta de fiscalização resulta na sensação de
impunidade interna e a tendência é que os presos portem objetos dentro
da unidade. “O preso tem convicção de que se for pego com ferro, com
arma, com drogas ou com celular ele não vai ser punido”, falou o
representante da categoria. Segundo ele, os poucos agentes fazem o
possível para desenvolver as atividades, mas o número reduzido é um
entrave.
Ele admite que o presídio não tem condições de impedir a entrada dos
aparelhos e que quase sempre os celulares são recolhidos depois que já
estão em poder dos detentos. “Não há um serviço de inteligência que
funcione de forma adequada para a questão da prevenção”, informou. Ele
conta que a entrada dos celulares ocorre de diversas formas, como pela
visita e até mesmo jogados de fora para dentro da unidade.
Sobre a morte do detento que teria morrido por falta de atendimento
médico após passar mal dentro do presídio, o sindicalista afirma que
deverá haver um replanejamento por parte do governo visando medidas de
médio e curto prazo para superar os desafios nos presídios do estado.
Procurada, a Secretaria de Justiça não quis se pronunciar sobre o
episódio.
Fonte: G1 PI
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