Em entrevista à rede americana CNN, Joko Widodo reafirma posição sobre pena de morte no país
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, reafirmou sua política de
tolerância zero com condenados por crimes relacionados a drogas. Em
entrevista à rede americana CNN, o mandatário respondeu a questão sobre a
execução de estrangeiros, incluindo um brasileiro.
“Imagine, a cada dia cinquenta pessoas morrem por causa dos
narcóticos, das drogas. Em um ano, são 18.000 pessoas que morrem por
causa disso. Não seremos transigentes com traficantes. Não haverá
concessões”, disse.
Widodo afirmou que o país está em uma situação de emergência por
causa das drogas e isso exige uma postura firme. “A decisão sobre a pena
de morte é do tribunal. Mas eles podem pedir clemência ao presidente.
Mas digo a você que não haverá anistia para traficantes”.
A jornalista Christiane Amanpour perguntou então especificamente
sobre a possibilidade de o presidente livrar da pena capital dois
australianos condenados. A resposta foi categórica: não. “Dezoito mil
pessoas morrem a cada ano. Eu pergunto a você, isso não é mais
perigoso?”
Marco Archer Cardoso Moreira tornou-se o primeiro brasileiro a ser executado
no exterior no dia 17 deste mês, ao ser fuzilado na Indonésia. Ele
havia sido condenado por tráfico em 2004. Todos os pedidos de clemência
apresentados, inclusive pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff a
Widodo, por telefone, foram negados. Depois da execução, a presidente se
disse “consternada e indignada” e convocou o embaixador do Brasil em
Jacarta, em sinal de protesto.
Um cidadão holandês foi fuzilado no mesmo dia e o governo da Holanda
também convocou seu embaixador. A Austrália ameaça fazer o mesmo.
Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, também teve apelos por sua vida rejeitados.
Ele está preso desde 2004, quando tentou entrar na Indonésia com 6
quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. O Itamaraty afirmou
que "irá esgotar todas as possibilidades de comutação da pena permitidas
pelo ordenamento jurídico da Indonésia".
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