Como mudar a história do Piauí? A única certeza que temos é que devamos construí-la daqui em diante.
Ninguém observou e muito menos divulgado, tampouco a coligação beneficiária percebeu e seus adversários também, mas o marketing da campanha à reeleição do governador Zé Filho cometeu um erro de semântica argumentativa imperdoável.
E que foi capaz de chamar a atenção da intelectualidade do Piauí através do articulista que discutia a frase “Chegou o Zé! Para Mudar Nossa História” como sendo insultante para os meios escolares. Na campanha eleitoral, não me reportei ao fato em respeito ao governador.
Vejam: “Para mudar nossa história”. Imperdoável sob todos os aspectos o erro praticado em um momento em que se corria atrás do voto, de simpatizantes e admiradores para uma campanha eleitoral que começou enfrentando inúmeros problemas na base. Ao invés de conquistar, a frase agredia e causava espanto. Como assim?
Como são registros de fatos passados, pretéritos, história não se muda. Sobretudo de um povo, de uma comunidade, de uma civilidade. O que passou, passou! História ou se repete ou se constrói. Isso porque é o estudo e a narração sistemática do passado, dos fatos (sociais, econômicos, políticos, intelectuais, pessoais, familiares, etc.) considerados significativos ou não para uma sociedade, para um determinado grupo social. Para um governo, por exemplo.
História é, em última palavra, o ramo do saber que registra, explica e transmite o conhecimento sobre o passado. É a narração metódica de fatos notáveis ou não ocorridos na vida dos povos, das gentes. Então, como “mudar uma história?” “Como mudar nossa história?”
Como mudar a história do Piauí? A única certeza que temos é que devamos construí-la daqui em diante. Isso porque todos nós temos muitas expectativas. Temos sonhos, esperanças,... Cada um com sua história. Nossa história, quando penetramos no universo da religiosidade e da sociabilidade, é marcada por acontecimentos felizes; outros tristes; bons, outros maus;... Passado que emocionou, outro que causou repulsa; momentos agradáveis, outros não.
Pessoas que marcaram para o bem, outras que deixaram feridas profundas;... Enfim, ninguém tem uma “varinha de condão” para mudar o passado, para alterar um período pretérito, para mudar uma história como tentou fazer-se entender o imperdoável marqueteiro de “Chegou o Zé! Para Mudar Nossa História”.
No meio publicitário chama-se a isso “erro de comunicação”. Como o conteúdo educativo é fundamental no marketing quer comercial como político, no caso da frase “para mudar nossa história” a deseducação imperou, machucou, desmoralizou e derrotou não só o possível beneficiário dela, candidato ao governo, mas o próprio Piauí que ficou maculado, acanhado, apequenado, dando exemplo de “poucas letras”.
Porque aqui pode tudo, inclusive permitir-se a deseducar!
Fonte: por Miguel Dias Pinheiro, advogado\Jornal de Luzilândia e Chamada geral Parnaiba
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