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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Brasil tem o primeiro caso suspeito de ebola em Cascavel, no Paraná


Prefeitura isolou unidade de pronto atendimento (UPA) onde paciente foi atendido

Autoridades sanitárias brasileiras investigam o primeiro caso suspeito de ebola no País. O caso foi comunicado agora à noite pela secretaria Estadual do Paraná ao Ministério da Saúde. Informações preliminares indicam que o paciente veio de Conacre, capital da Guiné.

O paciente foi encaminhado para um hospital de referência e material foi coletado para fazer o exames. A expectativa é a de que amanhã as amostras sejam enviadas para o Instituto Evandro Chagas, onde será feita a análise para confirmar se o paciente é ou não portador da doença. 

A notícia ocorre no mesmo dia em que o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmar que, embora baixo, existia o risco de o Brasil registrar um caso da doença. 

Pela manhã, ele disse que o sistema de vigilância montado era adequado e que instituições de saúde estavam em treinamento constante para identificar casos suspeitos e para adotar as medidas de segurança necessárias, caso isso ocorresse. 

O mundo vive hoje a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. 

Nigéria, Senegal e Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e 8 mortes. 

Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos. A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e porcos-espinhos. 

Ao contrário de outras doenças, no entanto, a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da infecção. 

Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e hemorragias. A incubação - período entre o contágio e a manifestação dos primeiros sintomas - pode variar entre 2 a 21 dias. Não há remédio específico para o ebola. 

Em agosto, o Centro de Operações de Emergência em Saúde do Governo Federal acionou o nível dois de emergência, o penúltimo na escala de gravidade, que permite o deslocamento de equipes federais para regiões com suspeita da doença no País sem a necessidade de autorização dos governos locais. 

Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para prevenir a transmissão e permitir a rápida identificação de um caso suspeito da doença, com isolamento e tratamento. 

O grupo Executivo Interministerial para Emergências em Saúde Pública foi convocado, videoconferências semanais com todos os Estados são realizadas, simulações foram feitas em hospitais de referência e em aeroportos. 

De acordo com o plano traçado, casos suspeitos devem ser encaminhados para hospitais de referência. Esses hospitais, no entanto, fazem apenas a primeira triagem. 

Casos confirmados, de acordo com a estratégia, devem ser enviados para dois hospitais: Instituto Nacional de Infectologia, no Rio e Hospital Emílio Ribas, onde os pacientes ficam internados. 

O teste de diagnóstico para comprovação da infecção é feito no Instituto Evandro Chagas.



Veja a nota distribuída pela Sesa:

NOTA À IMPRENSA

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) esclarece que atualmente não há casos suspeitos ou confirmados de ebola no Paraná.

Quanto à situação ocorrida em Apucarana nesta semana, a Sesa informa que:

- Nesta quarta-feira (8), um paciente brasileiro com histórico de viagem ao Moçambique (África) foi atendido no Hospital da Providência apresentando febre e mal estar.

- De acordo com a investigação, o paciente ficou 12 dias no país e só teve contato com a população local, o que descarta a possibilidade de se tratar de um caso de ebola, visto que Moçambique não tem registro de casos da doença.

- É definido como caso suspeito de ebola todo paciente que apresentar febre alta e sintomas de hemorragia em até 21 dias após retornar de um dos três países africanos que concentram o surto (Guiné, Libéria e Serra Leoa).

- Segundo informações do hospital, o paciente foi avaliado e medicado a partir do protocolo indicado para o tratamento da gripe. Em seguida, ele apresentou melhora no quadro clínico e recebeu alta.
- O paciente segue sendo monitorado pelas equipes de saúde e realizará outros exames para concluir o diagnóstico.


- A Secretaria Estadual da Saúde mantém vigilância permanente para identificar precocemente casos de ebola, malária e qualquer outro tipo de doença que porventura possa ser introduzida no Brasil a partir de portos, aeroportos e fronteiras. O trabalho é realizado em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e as secretarias municipais de saúde.


Um paciente com suspeita de ebola chegou ao Rio, na manhã desta sexta-feira, em um avião da Força Aérea Brasileira, na Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador. Souleymane Bah, de 47 anos, foi transportado de ambulância para o Instituto de Infectologia Evandro Chagas, que fica na Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos, unidade de referência da pesquisa de ebola no país.


Fonte: Exame e Bem Parana



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