Hoje, é dia de atos solenes alusivos aos 192 anos da ação política
dos valorosos parnaibanos, quando, naquele 19 de outubro de 1822, ali
onde hoje é a séde da Empresa de Correios e Telégrafos, deram o brado de
independência do Brasil no Piauí, o qual, ecoando pelas várzeas ,
chapadas e grotões consolidou depois de muito sofrimento e lutas a
permanência das províncias do norte do Brasil integradas à nação
brasileira. Portanto, , vale a pena lembrar a história .
Dom João VI ao retornar a Portugal em 1821, entendia que era
inevitável a separação do Brasil da coroa portuguesa. Naquela ocasião,
em conversa com o Príncipe regente que ficaria no Rio de Janeiro,
alertou-o para essa possibilidade intimando-lhe a colocar a coroa sobre
sua cabeça antes que algum aventureiro assim o fizesse.
Diante disso, sob a articulação política dos irmãos Andradas no
Brasil e Portugal, da campanha jornalística do maçom Hipólito da Costa,
no jornal Correio Braziliense editado em Londres, preparando o clima
para o reconhecimento pelos governos estrangeiros da almejada
independência política, bem como, a ação da maçonaria em todo o país,
provocaram o elenco de ocorrências que culminaram com os acontecimentos
de 7 de setembro de 1822 , em São Paulo e 19 de outubro de 1822, em
Parnaíba.
Dentre os muitos fatos que se desenrolaram ao longo do processo de
Independência do Brasil, os mais importantes foram a Promulgação dos
Decretos nos 124 e 125 da Corte Portuguesa, datados de 29 de setembro de
1821, através dos quais, o Brasil perdia a condição de Reino-Unido; O
Dia do Fico em 06 de janeiro de 1822; O manifesto redigido por Joaquim
Gonçalves Ledo e assinado por Dom Pedro em 01 de agosto de 1822 e
finalmente em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga em
São Paulo, o recebimento das correspondências enviadas pela Princesa
Leopoldina e José Bonifácio, intimando-lhe a dar o brado de
Independência ou Morte. A partir daí, estava deflagrada a campanha de
consolidação da Independência do Brasil.
Aqui na Vila de São João da Parnaíba, sob a inspiração do Juiz de
Fora João Cândido de Deus e Silva e o apoio do lider parnaibano
Simplício Dias da Silva, a partir de setembro, os simpatizantes da causa
brasílica manifestavam-se a todo vapor, razão pela qual, portugueses
influentes na comunidade, solicitaram a remoção do comandante do
destacamento militar Tenente Joaquim Timóteo de Brito, pois o mesmo
estava a favor do movimento.
Decisivamente para as províncias do Norte, em 19 de outubro de 1822, o
Cel. Simplício Dias, a frente da guarnição militar, enladado pelos
membros do Partido Brasileiro e o povo, conclamou o Senado da Câmara a
aceitar a situação política de Independência do Brasil, sob o comando de
Dom Pedro.
A junta de Governo do Piauí, em 6 de novembro de 1822, toma
conhecimento do evento de Parnaíba, e, em 13 do mesmo mês, o Governador
das Armas, Fidié, já estava a caminho do foco libertário com a tropa
reforçada e armas que pode arregimentar, e apoiado em água pelo vaso de
guerra Infante D. Miguel enviado pelo Governo do Maranhão, penetra na
vila em 18 de dezembro de 1822, iniciando-se então um período tenebroso
para os familiares dos líderes do movimento brasílico que haviam se
deslocado estrategicamente ao Ceará, com a finalidade de recrutarem
combatentes, e de volta, sitiarem o inimigo na área em que o povo já
despertava para a importância do movimento.
As notícias da adesão ao movimento em Oeiras, a tomada de Piracuruca
por Leonardo Castelo Branco em 22 de janeiro de 1823, as escaramuças no
combate na Lagoa do Jacaré (Piracuruca), o desastroso sacrifício de
brasileiros na “Batalha de Jenipapo”, em que Fidié ganhou mas não levou e
finalmente a fuga para o Maranhão da tropa portuguesa sob o seu
comando, onde, posteriormente, foi derrotado em Caxias, foram atos que
consolidaram, a Independência Política do Piauí e do Meio-Norte do
Brasil..
Vicente de Paula Araújo Silva "Potência"
Phb, 19 out.2014. Vic.
Fonte: Proparnaiba.com
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