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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Parnaíba comemora 170 anos de cidade e 300 anos de história


Parnaíba , no Litoral do Piauí, celebra nesta quinta-feira (14) 170 anos. A cidade, com aproximadamente 149 mil habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), guarda uma rica história pouco conhecida pelos piauienses.

Apesar do aniversário da cidade ser comemorado nesta quinta, Parnaíba tem três datas magnas que representam momentos importantes do desenvolvimento.
Pequena capela de Nossa Senhora de Montserrat fica na Rua Duque de Caxias (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Capela de Nossa Senhora de Montserrat fica na Rua Duque de Caxias
(Foto: Patrícia Andrade/G1)

A história da capital do delta começa no ano de 1711 com a instituição da Vila Nossa Senhora de Montserrat da Parnahiba. Cinquenta anos mais tarde no local seria criada a Vila de São João da Parnahiba, que em 14 de agosto de 1844 seria elevada à categoria de cidade. A pequena capela de Nossa Senhora de Montserrat fica na Rua Duque de Caxias, no Centro Histórico que compreende 830 imóveis divididos em cinco setores.
Faca parnahiba usada pelos cangaceiros (Foto: Reprodução / Arquivo Público)
Faca parnahiba usada pelos cangaceiros (Foto: Reprodução / Arquivo Público)

De acordo com o historiador Diderot Mavignier, a capela foi construída em 1711 pelo português João Paulo Diniz, que contou com a ajuda do coronel Pedro Barbosa Leal e alguns moradores. “O local foi erguido para abrigar a imagem de Nossa Senhora de Mont Serrat vinda de Portugal, mas a imagem teve que ser levada para a matriz de Piracuruca por conta de ataques dos índios tremembés”, relatou.
Casarão dos Azulejos data do final do século XVIII (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Casarão dos Azulejos data do final do século XVIII (Foto: Patrícia Andrade/G1)


Próximo à capela está o chamado Casarão dos Azulejos, que atualmente abriga uma escola.  Localizado na Avenida Presidente Vargas, o prédio data do final do século XVIII. Na casa morou a primeira poetisa piauiense Luíza Amélia Queiroz Brandão, que foi casada com Raimundo Madeira Brandão.

“Há um relato interessante de que a poetisa manifestou o interesse de ser enterrada na sombra de um gameleiro que havia nos fundos do casarão, mas isso acabou não acontecendo. Ela foi sepultada no Cemitério da Igualdade e próximo a sua sepultura nasceu um frondoso gameleiro”, conta Mavignier.

Plantas da Vila de São João da Parnahiba (Foto: Reprodução / Arquivo Público)
Plantas da Vila de São João da Parnahiba
(Foto: Reprodução / Arquivo Público)

Segundo o historiador, a antiga Vila São João da Parnaíba foi a que mais progrediu quando o Piauí foi elevado à capitania em 1758 sendo um dos mais importantes centros econômicos do Brasil Colônia. “A Vila São João da Parnaíba foi uma das poucas a obedecer a regulamentação dos portugueses para instalação de um município com os dois largos: um civil com o pelourinho e casa de câmara e cadeia, e o religioso com a construção da igreja matriz. Oeiras, por exemplo não obedeceu essas orientações, não havia os dois largos”, avalia o historiador.
Catedral Nossa Senhora Mãe da Divina Graça (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Catedral Nossa Senhora Mãe da Divina Graça
(Foto: Patrícia Andrade/G1)

A escolha do nome Parnaíba, segundo Diderot Mavignier, pode estar intimamente ligado a uma faca de arrasto usada por cangaceiros e que se chamava de faca parnahiba. O instrumento é citado pela literatura brasileira do século XIX e começo de XX e vista em ilustração do Brasil Colônia.


O conjunto tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Parnaíba está dividido em cinco setores: Porto das Barcas, Praça da Graça, Praça Santo Antônio, Estação Ferroviária e Avenida Getúlio Vargas. A catedral Nossa Senhora Mãe da Divina Graça é um dos monumentos mais importantes da cidade onde o altar é decorado com cerâmicas portuguesas e as imagens datam da década de 1930. É nesta igreja que está o túmulo Simplício Dias da Silva e de outros nomes nobres da história parnaibana.

Simplício Dias era filho do português Domingos Dias da Silva e chegou em Parnaíba no século XVIII atraído pela riqueza da região. As suas charqueadas ficaram famosas, e o Porto das Barcas, atual centro cultural da cidade, foi um polo de negócios. Por interferência dele , foi criada a Alfândega de Parnaíba, evitando-se a evasão dos produtos importados de São Luís.

O casarão que recebe seu nome passou recentemente por uma restauração e hoje abriga algumas secretarias municipais, mas também é espaço para exposições artísticas e culturais. Segundo o secretário de cultura, Helder Sousa, já há uma licitação para a criação de um museu, arquivo público municipal e ainda um café.

Ao comemorar 170 anos de emancipação política, a segunda maior cidade do Piauí se destaca pelo seu potencial econômico e turístico e vive atualmente uma situação confortável de desenvolvimento.


Fonte: G1


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