Líder comunitário afirma que policiais militares agiram com violência. Prefeitura alega que terreno é uma área institucional e de preservação.
Muita confusão foi registrada na manhã desta terça-feira (24) durante o cumprimento de uma ordem de desocupação no Parque Sul em Teresina. Segundo o líder comunitário, José da Cruz, os militares chegaram ao local por volta de 5h e obrigaram os moradores a deixar o terreno. Uma pessoa chegou a ser detida, mas foi liberada em seguida.
“Nós estávamos dormindo quando fomos surpreendidos pela ação dos policiais. Eles agiram de forma criminosa porque derrubaram nossas casas e levaram as madeiras. Nós não sabemos para onde este material foi levado. Foi um momento de muita tensão, pois os militares aproveitaram a madrugada para nos obrigar a deixar o local. Algumas mulheres passaram mal e as crianças ficaram assustadas”, contou o líder comunitário.
Já a Polícia Militar contesta a versão do líder comunitário e afirma que apenas alguns traumas ocorreram durante a retirada dos materiais usados para a construção dos barracos.
Parte do material que não foi levado acadou sendo
queimado (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
“Numa situação como esta é quase inevitável não acontecer alguns aborrecimentos, logo porque as pessoas que residiam no terreno não queriam deixá-lo. Contudo, é importante afirmar que os policiais militares não agiram com violência e a pessoa que foi presa por desacato à autoridade, foi liberada, pois entendemos que o clima estava tenso”, afirmou o chefe de assistência militar da prefeitura de Teresina, João Amorim.
Durante desapropriação uma pessoa foi detida e
liberada em seguida (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Galhos de árvores e parte do material que não chegou a ser levado pela polícia e fiscais da prefeitura foram queimados no terreno.
Sobre o destino dado aos materiais recolhidos, o major afirmou que foram levados para a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sul. “Eu não sei dizer se os moradores irão receber novamente a madeira e lona. Isso agora é de responsabilidade da SDU”, ressaltou.
O terreno é de propriedade da Prefeitura de Teresina, mas segundo as famílias estava abandonado e cheio de lixo. “A prefeitura alega que essa é uma área institucional para construir praças e quadras, mas não fez nada e o local só serve para acumular lixo e para refúgio de criminosos. Essas famílias estão aqui porque precisam, porque não tem casas e moram de aluguel”, disse José da Cruz.
Gilcilene Araújo Do G1 PI
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