Entrou em vigor, nesta terça-feira (3), a Lei Federal nº 12.984/14, que torna crime a discriminação
contra pessoas que vivem com HIV/AIDS. A norma, sancionada ontem pela
presidente Dilma Rousseff, prevê a prisão de um a quatro anos para quem
cometer atos de preconceito contra soropositivos.
A legislação é de autoria da ex-senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) e
estava em discussão desde 2003 no Congresso Nacional. A nova norma
determina, também, que é crime recusar, cancelar ou impedir as
matrículas em qualquer instituição de ensino, incluindo creches, de portadores do HIV e doentes de Aids.
No Piauí, ainda em 2013, a Assembleia Legislativa aprovou, por
unanimidade, uma lei semelhante, de autoria do deputado Fábio Novo (PT),
elaborada juntamente com o Grupo Matizes, entidade que luta pelos
Diretos Humanos. Parte do texto, no entanto, foi vetada pelo então
governador Wilson Martins.
A proposta foi apresentada pelo deputado petista após a publicação do edital do concurso da Polícia Militar que exigia teste de sorologia HIV dos candidatos. O Matizes e a Rede Nacional
de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS ajuizaram, também, uma ação no
Ministério Público do Piauí contestando as exigências do certame.
No entanto, mesmo com essas duas ações, o projeto de lei
do deputado Fábio Novo foi vetado parcialmente, nos incisos I e IV,
onde constam “a exigência de teste sorológico de HIV para inserção em
concursos públicos” e o “impedimento do ingresso ou permanência no
serviço público de pessoa suspeita ou diagnostica com HIV”.
Para Marinalva Santana, líder do Grupo Matizes, a sanção da Lei Federal representa um importante avanço pela luta contra a discriminação das minorias. Marinalva ressalta, ainda, que a nova norma preenche uma lacuna social importante, garantindo a igualdade de direitos a todos os que pleiteiam uma vaga de trabalho.
“Essa nova legislação é uma vitória dos Direitos Humanos contra a discriminação e o preconceito.
A norma, portanto, dará mais dignidade aos cidadãos, valorizando o
trabalho, o respeito e a inviolabilidade à intimidade e à vida privada”,
comemora Marinalva Santana.
Teresina Diário


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