Não é de hoje que os ativistas do
Black Bloc prometem levar o caos na forma de protestos contra o Estado
durante a Copa do Mundo.
O detalhe é que agora eles estão buscando um apoio inusitado, junto à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina os presídios de São Paulo
e comanda o crime organizado de dentro das prisões. Segundo os líderes
do movimento Black Bloc, não está em curso a formação de uma aliança,
mas a expectativa é um somatório de esforços em comum.
“Não temos aliança nem somos contra o PCC. Só que eles têm poder de fogo muito maior do que o MPL (Movimento Passe Livre, que iniciou as manifestações, há um ano, com ajuda dos Black Blocs).
Pararam São Paulo”, disse uma das lideranças do Black Bloc em
entrevista ao jornal Estado de São Paulo. Segundo ele, quando
integrantes do movimento foram presos durante por participarem de
manifestações violentas no ano passado, líderes do PCC teriam se
solidarizado com eles durante o tempo em que permaneceram nos presídios
paulistas.
De acordo com este membro do
Black Bloc, “o caos que o Estado tem colocado na periferia, por meio da
violência policial, na saúde pública, com pessoas morrendo nos
hospitais, na falta de educação,
na falta de dignidade no transporte, na vida humana, é o caos que a
gente pretende devolver de troco para o Estado”. “E não na forma
violenta como ele nos apresenta. Mas vamos instalar o caos, sim. Esse é
um recado para o Estado”, complementou.
Conhecidos por irem às manifestações mascarados, usando roupas pretas,
os black bloc depredam diversos estabelecimentos em suas manifestações.
No entanto, de acordo com a socióloga espanhola Esther Solano,
professora da Universidade Federal de São Paulo e pesquisadora dos black
blocs, há uma distorção nessa atenção dada às depredações. “Um país que
naturaliza tanto a sua violência não tolera ver a violência na Avenida
Paulista”, afirma. Por sua vez, o ativista complementa: “No Brasil,
choca mais 14 bancos quebrados do que a polícia matar 6 crianças”.
O PCC foi responsável por uma das
maiores ações criminosas desferidas de forma simultânea em vários
pontos do país. Os ataques começaram no dia 12 de maio de 2006, em São
Paulo, e se espalharam rapidamente por outros estados como Espírito
Santo, paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia. Em menos de 24
horas foram registrados 251 ataques contra as forças de segurança,
órgãos públicos, instituições financeiras, ônibus, dentre outros alvos.
Também ocorreram mais de 70 rebeliões em presídios e delegacias.
O Governo Federal diz estar
pronto para garantir a segurança durante a realização do mundial. Ao
todo, teriam sido investidos cerca de R$ 1,9 bilhão no aparato de
segurança que será utilizado durante a Copa.
O esquema contará com 157 mil agentes de segurança e das Forças
Armadas. Nas cidades-sede, funcionarão 27 centros integrados de comando e
controle móveis, que ficarão próximo aos estádios e das Fan Fest.
Haverá, ainda, 12 centros integrados de comando e controle locais, nas arenas. Serão mobilizados, também, 24 aviões Super Tucano, 47 helicópteros, 29 aeronaves de apoio, dez caças F-5 e três aviões radares, além de outras ações que envolvem tecnologia e os serviços de inteligência.
Brasil 247

Postar um comentário