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terça-feira, 13 de maio de 2014

Visando à Copa, PMs do Brasil aumentam estoque de armas não letais


Brasil comprou 226 mil granadas de gás e 263 mil balas de borracha.
Polícias apostam em gás mais forte desde a Copa das Confederações.

A um mês da Copa do Mundo, um levantamento exclusivo feito pelo Exército a pedido do G1 mostra que, desde a Copa das Confederações, em junho do ano passado, quando protestos violentos tomaram as ruas do país, as polícias militares reforçaram o estoque de armas não letais.

Entre junho de 2013 e abril deste ano, os órgãos de segurança pública do Brasil compraram mais de 270 mil granadas e projéteis de gás lacrimogêneo e de pimenta, além de 263.088 cartuchos de balas de borracha de vários tipos e modelos.

     PM do Rio usou spray de pimenta contra mulher em protesto em 2013 

Toda a munição química não letal adquirida seria suficiente para fazer mais de 819 lançamentos de granadas de gás e 797 disparos de balas de borracha por dia nesses 11 meses.

O levantamento do Exército mostra, ainda, um incremento nas aquisições pelos órgãos de segurança em 2014, principalmente por causa do temor de uma nova onda de manifestações durante a Copa. Desde junho do ano passado, foram comprados pelas PMs 113.655 granadas lacrimogêneo e 21.962 granadas de pimenta – 59% e 73%, respectivamente, adquiridos nos primeiros quatro meses deste ano.

Também foram comprados 134.731 cartuchos de gás de diversos calibres, que são jogados sobre multidões com lançadores de calibre 12, 38 e 40, para evitar que os policiais cheguem muito perto das pessoas. Os dardos podem cair no meio de massas a uma distância que pode variar, em média, entre 5 e 120 metros do atirador.

Estratégia diferente

Amazonas e Amapá foram os únicos estados que não pediram ao Exército autorização para a compra de armas não letais desde a Copa da Confederações. As secretarias de Segurança das duas unidades da federação foram procuradas pela reportagem do G1 para comentar o assunto, mas não se manifestaram.

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Em 2013, uma série de atos levou milhares de pessoas às ruas do país, fazendo as polícias atuarem na contenção de casos de violência, vandalismo e depredação. Em algumas situações, houve denúncias de excesso ou mau uso de armas químicas, com pessoas passando mal, gás atingindo residências, confrontos e feridos por balas de borracha e de pimenta.

"No meio da multidão, o indivíduo se sente mais forte, se sente o super-homem, perde a noção da individualidade. O objetivo das armas não letais é tirar o indivíduo da coletividade, fazer ele ter medo", explica o coronel Carlos Alberto de Camargo, ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo.

O que se compra
Os dados do Exército mostram que Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Bahia foram os estados que mais compraram armas não letais desde junho do ano passado.

Segundo o coronel Camargo, o material adquirido pelos estados mostra como as tropas de choque devem atuar na contenção de "distúrbios civis" – nome que a polícia dá ao controle de multidões.

Desde a Copa das Confederações, a PM de São Paulo fez três compras de armas não letais, e a da Bahia, outras três. Minas Gerais foi o estado com o maior volume de aquisições. Em uma delas, feita em fevereiro, foram encomendadas 95 mil granadas de vários tipos e com cargas elevadas de gás lacrimogêneo e de pimenta.

"A grande variedade de intensidade nas cargas, dimensões e tipos ocorre porque cada arma tem uma função específica, dependendo da ocasião. Vários condicionantes – como vento, chuva, se o local é aberto ou fechado, a quantidade das pessoas e a disposição delas, e a distância [dos manifestantes] em relação aos policiais – interferem na escolha de um ou de outro", diz o coronel Camargo

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Fonte: G1



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