A Comissão Justiça e Paz da
Arquidiocese de São Paulo publicou na ultima quarta-feira (30), uma nota
em "defesa da dignidade, da cidadania e da segurança" dos
homossexuais.
O texto foi publicado às vésperas da 18.ª Parada do Orgulho de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais de São Paulo, que vai
acontecer neste domingo (4), na Avenida Paulista.
"Não podemos nos calar diante da realidade vivenciada por esta
população, que é alvo do preconceito e vítima da violação sistemática de
seus direitos fundamentais, tais como a saúde, a educação, o trabalho, a
moradia, a cultura, entre outros", afirma, em nota, a entidade da
Igreja Católica.
A comissão diz também que LGBTs "enfrentam diariamente insuportável
violência verbal e física, culminando em assassinatos, que são
verdadeiros crimes de ódio".
A entidade convida "pessoas de boa vontade e, em particular todos os
cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das
pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo
supremo princípio da dignidade humana".
Ainda de acordo com a nota, o posicionamento da entidade, "fiel à sua
missão de anunciar e defender os valores evangélicos e civilizatórios
dos direitos humanos, fundamenta-se na Constituição Pastoral Gaudium et
Spes, aprovada no Concílio Vaticano II: "As alegrias e esperanças, as
tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de
todos aqueles que sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo", diz o documento.
O diretor da Comissão Justiça e Paz da arquidiocese, Geraldo Magela
Tardelli, afirmou que esta é a primeira vez que a comissão escreve
"formalmente" a favor dos homossexuais. "A comissão tem uma missão,
segundo D. Paulo Evaristo Ars: 'temos que dar voz aqueles que não tem
voz'. Neste momento, o que estamos percebendo é que há um crescimento de
violência contra homossexuais, então a gente não pode se omitir em
relação a essa violação dos direitos humanos", afirmou o diretor.
Segundo ele, a realização da Parada Gay determinou a divulgação da nota.
"Nós achamos que esse era o momento correto de colocar essa nota em
circulação. Nós da Igreja estamos engajados na defesa dos direitos
humanos e não compactuamos com nenhuma violação, independentemente da
cor e da orientação sexual das pessoas", disse Tardelli.
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