Emissora oficial do Mundial de
Futebol deste ano, a Globo já vendeu cotas de R$ 1,4 bilhão, mas tenta
descolar sua imagem do evento, que tem sido alvo de protestos.
E missora oficial da Copa do Mundo de Futebol, a Globo já faturou R$ 1,4
bilhão com a venda das cotas de patrocínio das transmissões de jogos,
mas ainda assim a TV emitiu, na semana passada, uma recomendação a todos
os jornalistas da rede para que evitem "pautas positivas" do evento. No
comunicado, a emissora pede uma cobertura equilibrada do Mundial e
afirma que irregularidades devem ser denunciadas. A orientação vale
principalmente para os profissionais que trabalham para o Jornal
Nacional. Não é a toa que é muito comum ver no principal telejornal da
emissora matérias quase diárias sobre atrasos nas obras e aumento nos
custos dos estádios.
A informação é do jornalista Daniel Castro, do site Notícias da TV.
Segundo ele, reportagens que mostram como a Copa está beneficiando
grupos de pessoas, como os comerciantes vizinhos a estádios, já não
estão sendo produzidas para o Jornal Nacional. Daniel Castro afirma que
"jornalistas da Globo entenderam a mensagem da seguinte forma: não se
deve enaltecer a Copa para não passar a mensagem de que a emissora é
aliada da Fifa, organizadora do evento".
No entanto, a Globo é sim aliada da Fifa. "Não apenas como detentora dos
direitos de transmissão da Copa do Mundo, mas também como licenciadora
de mais de 1.700 produtos do evento, que deverão movimentar R$ 2 bilhões
no varejo, segundo estimativa da emissora", lembra Castro.
Esta ação da Globo é uma tentativa de evitar possíveis protestos contra a
emissora, caso as manifestações que ocorreram no ano passado voltem a
ser realizadas, desta vez contra a Copa. Em 2013, foram muitos os
protestos contra a TV, em diversas cidades do país, além de equipes de
jornalismo terem sido hostilizadas nas grandes manifestações de rua.
No último final de semana, o Brasil 247 já havia apontado esta contradição da Globo. Na matéria "Globo e a Copa: uma mão lucra, a outra apedreja", foi mostrado que a capa mais recente da revista Época, sobre o "risco-Copa", refletia a face política das Organizações Globo: "aos irmãos Marinho, quanto mais protestos, melhor, pois maior será a chance de promover uma mudança no Palácio do Planalto; empresarialmente, no entanto, o jogo da Globo é outro; dona dos direitos de transmissão do Mundial, a emissora viverá em 2014 o melhor ano de sua história graças ao Mundial".
Brasil 247
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