A região nordestina vem
enfrentando uma das piores secas dos últimos três anos. Com isso
centenas de pessoas acabam sendo obrigadas a deixarem sua terra em busca
de emprego e melhores condições de vida, como na cidade de São
Francisco de Assis do Piauí, na qual muitas pessoas, em sua maioria
agricultores, estão migrando para o estado de São Paulo.
Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE (2010), o município possui
cerca de 5.575 habitantes e de acordo com a agenciadora de viagens
Helena de Sousa Rodrigues, o número de pessoas que procuram a agência
chega ao total de 80 a 100 pessoas mensalmente, desde o mês de novembro
de 2013. “Os meses de novembro e janeiro são os mais procurados para
viajarem, pois são nesses períodos que as empresas mais contratam”,
disse.
A agenciadora explicou
que a maioria dos passageiros são homens que sobreviviam da agricultura,
mas que por conta da seca vão para o estado de São Paulo trabalharem
como ajudante de pedreiro. “São pais de família que precisam trabalhar
para sobreviver, se não tem emprego o jeito é ir atrás se não passa
fome”, contou.
Vicente Manoel da Costa
de 38 anos é agricultor, mas desde 2009 migra para São Paulo. “Lá eu
trabalho como ajudante de pedreiro, aqui em São Francisco não tem meio
de ganho, ai tenho minha família, filhos. Ai eu passo cinco meses lá e
depois volto, vou ficar fazendo isso até o dia que der”, falou.
Leonardo José de Sousa
tem 32 anos, também é agricultor e pela primeira vez vai para São Paulo.
“Se chovesse para a gente plantar a gente ficava aqui, mas não chove,
ai fazer o que não tem jeito. E lá já tenho um emprego quase garantido,
como ajudante de pedreiro”, declarou.
O agricultor é casado
tem dois filhos e segundo ele caso a seca persista vai continuar indo e
voltando para São Paulo. “Não sei se é uma melhoria de vida ficar assim,
porque assim também não arruma nada”. Quando fala da família Leonardo
retrata tristeza. “Tenho que deixar minha esposa e meus filhos porque
não tem como leva, se aqui tivesse inverno e como trabalhar para pagar
as contas, as coisas seriam diferentes”, falou.
Na noite desta
sexta-feira (24/01/2014), por volta das 18h30, Vicente, Leonardo e mais
dezoito pessoas, foram para São Paulo carregando no coração a saudade da
família, e sonhando com os dias que não precisaram sair de sua terra
para viver.
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