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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Seca no Piaui obriga homem do campo migrar para SP


A região nordestina vem enfrentando uma das piores secas dos últimos três anos. Com isso centenas de pessoas acabam sendo obrigadas a deixarem sua terra em busca de emprego e melhores condições de vida, como na cidade de São Francisco de Assis do Piauí, na qual muitas pessoas, em sua maioria agricultores, estão migrando para o estado de São Paulo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE (2010), o município possui cerca de 5.575 habitantes e de acordo com a agenciadora de viagens Helena de Sousa Rodrigues, o número de pessoas que procuram a agência chega ao total de 80 a 100 pessoas mensalmente, desde o mês de novembro de 2013. “Os meses de novembro e janeiro são os mais procurados para viajarem, pois são nesses períodos que as empresas mais contratam”, disse.


A agenciadora explicou que a maioria dos passageiros são homens que sobreviviam da agricultura, mas que por conta da seca vão para o estado de São Paulo trabalharem como ajudante de pedreiro. “São pais de família que precisam trabalhar para sobreviver, se não tem emprego o jeito é ir atrás se não passa fome”, contou.

Vicente Manoel da Costa de 38 anos é agricultor, mas desde 2009 migra para São Paulo. “Lá eu trabalho como ajudante de pedreiro, aqui em São Francisco não tem meio de ganho, ai tenho minha família, filhos. Ai eu passo cinco meses lá e depois volto, vou ficar fazendo isso até o dia que der”, falou.

Leonardo José de Sousa tem 32 anos, também é agricultor e pela primeira vez vai para São Paulo. “Se chovesse para a gente plantar a gente ficava aqui, mas não chove, ai fazer o que não tem jeito. E lá já tenho um emprego quase garantido, como ajudante de pedreiro”, declarou.

O agricultor é casado tem dois filhos e segundo ele caso a seca persista vai continuar indo e voltando para São Paulo. “Não sei se é uma melhoria de vida ficar assim, porque assim também não arruma nada”. Quando fala da família Leonardo retrata tristeza. “Tenho que deixar minha esposa e meus filhos porque não tem como leva, se aqui tivesse inverno e como trabalhar para pagar as contas, as coisas seriam diferentes”, falou.

Na noite desta sexta-feira (24/01/2014), por volta das 18h30, Vicente, Leonardo e mais dezoito pessoas, foram para São Paulo carregando no coração a saudade da família, e sonhando com os dias que não precisaram sair de sua terra para viver.


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