Superlotação é um grave problema apontado na Penitenciária de Parnaíba Juiz João Nonon de Moura Fontes Ibiapina. O local foi projetado para comportar apenas 176 presos.
Contudo, no local há 376 detentos em regime fechado, 78 no semiaberto,
09 presas femininas no semiaberto e nove masculinos no regime aberto, o
que totaliza 463 presos sob responsabilidade da penitenciária, de acordo
com o diretor, capitão Davi de Oliveira.
Dos 376 presos do regime fechado, o diretor afirma que cerca de 80% são
provisórios. Segundo ele, um agravante desta situação é o fato dos
processos de muitos destes presos estarem parados sem sentença definida.
Davi de Oliveira Freitas diretor da Penitenciaria Juiz João Nonon de Moura Fontes Ibiapina |
Ele chama atenção aos defensores de outras comarcas a acompanharem os
detentos. Davi informa que o defensor de Parnaíba está cumprindo com as
atribuições, estando inclusive sobrecarregado, sendo necessário que os
outros acompanhem o andamento processual dos demais. “Os defensores públicos de outras comarcas não estão dando o apoio necessário”, declara.
Presídio está sem médico
Outro problema no local está relacionado à saúde. Segundo o diretor,
desde julho a penitenciária está sem médico e sem medicamentos de uso
controlado e contínuo. “Tínhamos um médico, mas ele foi transferido para Teresina e desde julho estamos sem médico”, declara.
Ele também comenta o perfil dos presos alojados na penitenciária.
Segundo Davi, os presos são bastante jovens e têm uma média de idade que
varia entre 25 a 30 anos. “Temos um alto número de jovens. Apenas 5 presos têm mais de 60 anos”.
Jaílson Roberto Pinheiro, conhecido como Joca Marques, continua foragido |
Com relação aos crimes cometidos por eles, ele detecta que a maioria
está ali por estar envolvida com tráfico, misturado com outras
categorias de crime. “São vários perfis de crimes”.
Além disso, há muitos presos doentes com distúrbios mentais. “Falta assistência mais específica para eles, apesar de 02 vezes por mês sermos atendidos pela prefeitura”, explica Davi.
O diretor também alerta para questão da segurança e do déficit de
agentes. Na madrugada de domingo para segunda-feira ocorreu uma fuga, em
que 04 presos fugiram. Destes, 03 já foram recuperados na mesma noite,
mas Jailson Roberto Pinheiro, o Joca Marques (foto ao lado) continua
foragido. “Preso pensa 24h só em fuga. Diariamente temos uma faixa de
06 a 07 agentes trabalhando. Mas há, na verdade, 09 a 10 agentes.
Deveria ser no mínimo 10 agentes. Melhor seria mais postos com policiais
militares”, afirma.
Instalações internas da penitenciária |
Com relação às condições de trabalho, ele explica que não há grandes
problemas e que o presídio aguarda câmeras de vigilância eletrônica que
ainda vão ser instaladas. “Acredito que, estourando, até fevereiro vão estar instaladas”, diz. Para o capitão, a estrutura do prédio precisa de melhorias, principalmente as celas.
Contudo, ele explica que os recursos são insuficientes. “O secretário
está se esforçando, mas isso não depende só dele . É toda uma estrutura
que precisa ser revista pra que os presídios não virem uma ‘Pedrinhas’
da vida. O problema é que tudo esbarra na questão financeira”, pontua.
Fonte: Meio Norte
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