No final do mês de dezembro de 2014, os médicos da Unidade de Terapia
Intensiva do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) paralisaram as
atividades na unidade e denunciaram problemas graves no local. O
comunicado da categoria foi enviado ao Ministério Público e as entidades
competentes. E em pouco mais de um mês, o Conselho Regional de Medicina
esteve no HEDA na manhã dessa sexta-feira (06/02) para conferir de
perto a real situação do hospital.
“É um problema grave, a saúde pública no país todo. E em Parnaíba não é
diferente. Flagramos pessoas em macas, pelos corredores, porque não tem
leito suficiente. O centro cirúrgico não tem uma sala de recuperação. O
HEDA possui vários problemas graves. Observamos também, um paciente que
precisa ser entubado e morrendo sem ter esse aparelho”, afirmou o médico
Emanuel Fontes, presidente do CRM-PI.
A visita do CRM a Parnaíba se deu após o comunicado dos médicos da UTI
que denunciavam problemas na unidade hospitalar. Segundo o presidente do
conselho, um relatório oficial será feito apontando a real situação do
hospital parnaibano. Caso a problemática não seja resolvida, alguns
setores poderão ser interditados.
“Há coisas que precisam ser modificadas. Vamos avaliar, inclusive, a
possibilidade de interdição de alguns setores do hospital, e isso vai
exigir que haja uma resolução. Ter um sistema de saúde de faz de conta,
isso não existe. Pois ninguém faz de conta que morre, a pessoa morre de
verdade”, disse Emanuel Fontes.
Ainda segundo o CRM, a UTI do HEDA não possui suporte de laboratório, o
que prejudica os atendimentos. Como explica, o presidente da Sociedade
de Terapia Intensiva do Piauí (SOTIPI). “Nós precisamos imediatamente
fornecer exames essenciais em caráter de urgência. Exames de UTI não
podem ser feitos e recebidos muitas horas depois. Além disso,
necessitamos de pessoal com especialização na área para auxiliar no
setor, e precisamos dos equipamentos que estão faltando”, explicou
Kelson Veras, presidente da SOTIPI.
Durante a paralisação dos médicos da UTI, a população parnaibana e de
cidades vizinhas ficou insegura, já que o hospital recebe pacientes de
todos os municípios que compõem a planície litorânea e de Estados
vizinhos, como Ceará e Maranhão.
FOTOS da UTI do HEDA:
Fonte: PCN/Por Kairo Amaral
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