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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Revoltados, eleitores disparam contra nordestinos no Twitter


Mais uma vez a população do Nordeste foi vítima de preconceito durante as eleições presidenciais. No Twitter, muitos eleitores de outras regiões do Brasil culparam os cidadãos dos Estados do Nordeste pelas mazelas da nação. Em virtude dos xingamentos contra os nordestinos, até uma página foi criada para reunir as publicações de ódio.

O tumblr "Esses Nordestinos" reuniu algumas mensagens publicadas ontem, durante a divulgação dos resultados das eleições, que apontavam maioria de votos para a candidata do PT Dilma Rousseff, que teve votação expressiva nos estados do Nordeste. "Gente, esses nordestinos tdo pobre acha que a Dilma vai aumentar o bolsa família deles", disse no Twitter a internauta Bruna. "Se esses nordestinos sem água não ferrarem tudo", disse outro internauta, sem lembrar que o Estado de São Paulo é que vive a pior crise hídrica da história.

Outro internauta relacionou a crise da falta de água com o governo Dilma e chamou os moradores do nordeste de "desgraçados". "Esses nordestinos desgraçados parecem que não sabem que a culpa da falta de água é da lazarenta da Dilma", disse mais um crítico dos nordestinos.


Os xingamentos são variados, mas geralmente associam o voto do eleitor nordestino aos programas sociais promovidos pelo governo do PT nos últimos anos. Alguns apagaram as ofensas, pois a discriminação pode render processo judicial e até prisão. Em 2010, logo após a eleição da presidente Dilma, a estudante de direito Mayara Petruso foi envolvida em uma polêmica após defender a morte dos nordestinos por causa do resultado eleitoral.

Mesmo apagando o post, ela foi denunciada por outros usuários e condenada em 2013 por discriminação. "A Constituição proíbe tais condutas a fim de que o preconceito – fato social – seja um dia passado e deixe de existir [...]. É importante que a sociedade seja conscientizada quanto à neutralidade que as questões de diferenças entre as pessoas devem envolver, não sendo a origem, a religião, o gênero, a cor de pele, a condição física, a idade etc. motivo para atitudes agressivas”, diz a sentença.

Mayara disse que não é preconceituosa e que não teve a intenção de ofender os nordestinos. A estudante foi condenada a 1 ano, 5 meses e 15 dias de prisão, mas teve a pena convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa.

Veja as declarações preconceituosas no Twitter nas eleições de 2014:
Fonte: Terra



Auditora fiscal do Trabalho é denunciada por incitar ódio aos nordestinos nas redes sociais

Postagem foi feita depois do resultado das eleições


O resultado das eleições à Presidência da República de2014 repetiu uma cena que foi vista nas eleições de 2010: uma enxurrada de postagens nas redes sociais que incitam o ódio aos nordestinos. Na época, a estudante Mayara Petruso foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por discriminação e foi condenada a 1 ano e cinco meses de prisão pela Justiça Federal. Na noite deste domingo, diversos internautas denunciaram usuários de redes como Facebook e Twitter por incitar o ódio contra os nordestinos. E uma delas, Ingrid Berger, foi denunciada na Ouvidoria do Ministério Público do Trabalho (MTE) por postar em seu perfil no Facebook que o Nordeste “merecia uma bomba como Nagasaki, para nunca mais nascer uma flor nos próximos 70 anos”. A denúncia foi feita na esfera administrativa, pois a denunciada é auditora fiscal do Trabalho, aprovada em um concurso de 2013, está em estágio probatório, e por isso, ainda não tem o direito à estabilidade funcional dada aos servidores públicos. Atualmente, a servidora, que é formada em direito, está lotada Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Cuiabá, no Mato Grosso. A denúncia foi protocolada pelo advogado baiano Durval Saback. Ao Bahia Notícias, ele afirmou que recebeu a mensagem através de um colega pelo Whatsapp e checou a veracidade da informação, e, através de um colega, que também é auditor fiscal, confirmou que ela foi aprovada no concurso público. “A denúncia foi feita na ouvidoria do Ministério do Trabalho para apurar se ela cometeu infração que possa ferir o Código de Ética do Servidor, para instaurar um processo administrativo disciplinar. Somente depois é que se saberá se ela cometeu a infração, para ser demitida do serviço público ou não”, explica. Tempo depois, segundo o advogado, a conta de Ingrid Berger foi deletada, assim como a postagem. Mas o print da tela foi salvo. Mensagens de incitação ao ódio, discriminação e racismo postados em rede sociais ainda podem ser investigadas pelo MPF. A denunciada ainda pode ser investigada na esfera cível e penal. Denúncias parecidas podem ser feitas no site da Polícia Federal e da ONG Safernet.



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