A maior humilhação da
história do futebol brasileiro não passou despercebida por quem aposta
pesado no sucesso do time. Patrocinadores da seleção brasileira estão
preocupados com os efeitos junto ao público da derrota de 7 a 1 para a
Alemanha e estão preparados para "esfriar" a relação com a equipe nos
próximos meses. O UOL Esporte apurou que pelo menos uma das 14 empresas
patrocinadoras da CBF e uma das que há mais tempo tem parceria com e
entidade, pretende reduzir substancialmente ações ligadas à seleção como
forma de se "proteger" de uma associação negativa.
O fenômeno já foi
perceptível logo depois dos eventos do Mineirão. Durante pelo menos 24
horas, apenas a Sadia tinha veiculado algum tipo de mensagem de apoio à
equipe de Felipão, veiculando o slogan "Tamo juntinho" em jornais e na
TV. Uma situação que sugere a falta de um plano B que pudesse lidar com o
fato de a seleção ter sido eliminada levando a maior goleada de seus
100 anos de história e numa Copa realizada no Brasil.
"É muito comum que
patrocinadores preparem material tanto para o caso de vitórias como o de
derrotas, mas ninguém em sã consciência imaginava que a seleção seria
humilhada dessa maneira. Há uma impressão de pânico generalizado e que
ficar quieto é a melhor maneira de evitar exposição", disse ao UOL
Esporte um executivo do ramo da publicidade, que pediu anonimato.
Um outro executivo
ouvido pelo UOL levantou ainda a possibilidade de a Argentina ser campeã
no domingo, o que poderia complicar ainda mais a estratégia dos
patrocinadores. Mas o maior problema é mesmo o "risco" de a humilhação
sofrida diante da Alemanha levar a discussões mais profundas sobre o
futuro do futebol brasileiro ou mesmo a constatação de inferioridade da
seleção brasileira diante dos rivais.
"Depois da Copa das
Confederações, quando o público voltou a abraçar a seleção, esse
resultado é preocupante porque uma discussão sobre o futuro da seleção
pode complicar as campanhas. O momento é de cautela até que se possa
medir a percepção do público sobre o que aconteceu", recomenda o
executivo.
Especialistas em
marketing esportivo, no entanto, não acreditam em risco imediato de
cancelamento de contratos publicitários, não só porque a CBF é conhecida
por exigir compromissos longos – alguns de seus milionários acordos com
patrocinadores, por exemplo, só vencem em 2022 -, mas também porque
grandes empresas tem uma relação estratégica com o futebol e por isso
escolheram o maior símbolo do esporte no Brasil para despejar na CBF R$
278 milhões no ano passado.
"Mas a pressão sem
dúvida recai sobre a CBF agora que uma derrota tão acentuada virou uma
discussão sobre o estado do futebol brasileiro e a entidade é a
principal responsável pelo caos estrutural e mesmo o argumento de que a
seleção escapava por ter os jogadores nos grandes clubes europeus para
de funcionar. A marca da seleção desvaloriza", opina o consultor de
marketing esportivo Amir Somoggi.
Fonte: Com informações do Uo
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